Efeito nas reservas é imediato, mas afluência em massa traz preocupações por causa da validade dos componentes sanguíneos.
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De cada vez que o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) faz um apelo nacional à dádiva de sangue, as colheitas disparam nos dias e semanas seguintes. Apesar do efeito imediato na reposição das reservas, os apelos têm desvantagens e riscos, nomeadamente de desperdício, porque os componentes sanguíneos têm prazos de validade apertados. A dádiva regular e faseada ao longo do ano é a melhor forma de garantir a sustentabilidade da transfusão, garante a presidente do IPST. “Quando se realiza um apelo, há uma grande afluência aos locais de colheita, que poderá levar à inutilização de componentes sanguíneos”, admite o instituto responsável por 60% da colheita de sangue nacional.
Em causa está a validade dos componentes sanguíneos - 42 dias para os concentrados eritrocitários (glóbulos vermelhos) e cinco a sete dias para as plaquetas - e a periodicidade das dádivas, que exige um intervalo de três meses para os homens e de quatro meses para as mulheres. “Uma resposta em massa pode levar mais tarde a novos períodos de carência e à inutilização de componentes sanguíneos”, reitera o conselho diretivo do instituto, em resposta ao JN.