Só um dos cinco padres suspeitos de pedofilia da diocese de Viseu está afastado da Igreja. O bispo de Viseu garante, no entanto, que já conhecia os casos denunciados pela Comissão Independente responsável pela investigação.
Corpo do artigo
A Diocese de Viseu mantém quatro dos cinco padres suspeitos de abuso sexual em funções.
"Um padre está afastado do ministério e até está em julgamento", lê-se em comunicado. "Os outros não estão afastados porque nos processos não apareceram indícios suficientes para concluir que foram cometidos esses delitos que foram objeto de denúncia", explica a diocese.
O caso mais recente, do padre Luís Miguel da Costa, aconteceu em março de 2021. Cinco meses depois, a diocese de Viseu suspendeu o pároco de funções.
Este caso é retratado no relatório da Comissão Independente que estudou os abusos na Igreja Católica como o "Caso K" e descrito como exemplo na forma como a Igreja tratou o caso.
O padre enviou para o telemóvel de um jovem, na altura com 14 anos, diversas mensagens para este se relacionar sexualmente com ele. "Psiu. Vem ter comigo. Amor. Psiu. Quero chupar-te", foram algumas das 13 SMS que enviou ao menor. Segundo a acusação do Ministério Público, o sacerdote terá, ainda, tentado beijar e apalpar o menor.
O pai do adolescente comunicou o caso à Comissão Diocesana de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis da Diocese de Viseu.
Apesar de negar qualquer intenção sexual, o sacerdote acabou suspenso de todas as suas funções.
O bispo de Viseu, anunciou, na quinta-feira, em comunicado, que já tinha conhecimento dos cinco padres denunciados por abuso sexual de menores referidos pela Comissão Independente responsável pela investigação.
D. António Luciano referiu que "já tinham sido tratados segundo as normas aplicáveis, quer a nível canónico, quer a nível civil, tendo também sido entregues ao Ministério Público" e renovou o perdão às vítimas.