Apresentadora Márcia Goldschmidt foi mãe aos 50 anos: "As minhas filhas rejuvenescem-me"
Apresentadora brasileira foi mãe de gémeas aos 50 anos e fala em "preconceito por parte da sociedade".
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Aos 60 anos, Márcia Goldschmidt sabe que é preciso vitalidade para acompanhar as duas filhas gémeas de dez anos, Yanne e Victoria. "É preciso muito fôlego, muita energia e muita paciência, numa fase em que a mulher está a entrar em falência hormonal", afirma ao JN, com sinceridade. Foi mãe pela segunda vez aos 50 anos - tem um filho com 28 anos - e refere-se às mais pequenas como um "grande amor". Apesar de ciente de que ser progenitora numa idade mais tardia não é um mar de rosas.
"Eu não decidi engravidar. (...) Como o meu marido queria ter um filho, resolvi tentar só por descargo de consciência e acabou por acontecer, para minha total surpresa", recorda. Submeteu-se a um tratamento hormonal. O rosto da televisão brasileira, que apresentou inúmeros programas - um deles em nome próprio "Márcia" -, é casada com o advogado português Nuno Rêgo. A família vive entre Portugal e Espanha.
O parto aconteceu numa unidade hospitalar da cidade do Porto. Uma altura que a também escritora não recorda com a maior das saudades. "Durante a gravidez, desenvolvi pré-eclâmpsia [caraterizada por níveis elevados de pressão arterial] subitamente e fui internada no quinto mês de gravidez", conta. As filhas nasceram prematuras, com 29 semanas e a pesar um quilo.
Uma delas, Yanne, contraiu uma infeção. O fígado da bebé parou de funcionar e foi transplantada aos 13 meses de vida. "Ficamos três meses na Neonatologia, o pior período da minha vida", diz. A filha superou as expectativas e hoje está "saudável", contudo tem mais cuidados com a saúde.
Lutar pela vida
Márcia Goldschmidt confessa que a passagem do quinto para o sexto mês de gravidez foi "difícil". A comunicadora refere que lutou pela sua sobrevivência e a das filhas naquele período. "Tive muito medo porque o hospital queria fazer o parto [aos cinco meses de gravidez], o que significava que elas não sobreviveriam. Porém, consegui resistir até ao sexto [mês], quando decidiram fazer o parto, porque consideravam que a minha vida estava em risco".
O entendimento com os outros nem sempre foi fácil ou agradável para a mãe. "Os médicos jogavam na minha cara que com aquela idade não poderia esperar outra coisa", relembra. "Há muito preconceito por parte da sociedade, devido a ideias preconcebidas sobre a maternidade", acrescenta ao JN. Sendo uma figura pública, recebeu também "críticas e piadas". Os fãs e os amigos "acharam incrível" ser mãe após os 50.
Afastada da televisão desde 2010, Márcia Goldschmidt defende que ser mãe após completar as cinco décadas de vida é "a melhor idade em termos emocionais". "Porém, em termos físicos, é preciso atenção. Não apenas na gestação, mas com a energia e dedicação que uma criança exige", aponta aos 60 anos.
Se tivesse de dar um conselho a alguém, diria que, para ter filhos mais tarde, a melhor idade é até aos "42 anos, no máximo". No entanto, refere que "cada caso é um caso e trata-se de uma decisão pessoal", mesmo com as provações que se enfrentam pelo caminho. "No meu caso, as minhas filhas são tudo e rejuvenescem-me a cada dia", conclui.