Maioria das jovens que foram mães tinha 16 e 17 anos. Mais de 83% dos menores dizem tomar "precauções".
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O número de nados-vivos de mães adolescentes caiu para menos de metade em mais de uma década, em Portugal. No ano passado, o Instituto Nacional de Estatística (INE) registou 1499 recém-nascidos de jovens com idades entre os 11 e os 17 anos. Em 2010, tinham sido 4052. Os dados mostram uma quebra acentuada da gravidez na adolescência numa década.
Desde 2020, ano em que foram registados 1769 nados-vivos de mães adolescentes, os valores têm estado abaixo dos dois mil. Em 2011 e 2012, os bebés de progenitoras com menos de 18 anos estavam acima dos três mil: 3663 e 3301, respetivamente.
No ano passado, entre as mulheres que foram mães e ainda não tinha atingido a maioridade, 15% tinham 17 anos (233) e 9% 16 anos (135). Em 2021, uma menina de 11 anos teve um bebé, outra de 12 anos foi mãe, tal como três raparigas de 13 anos.
De acordo com os resultados preliminares do estudo "Jovens e educação sexual: conhecimentos, fontes, recursos" deste ano, o risco de engravidar é uma das principais dúvidas na maioria dos inquiridos, com uma média de 16 anos. Apesar do preservativo continuar a ser o contracetivo mais usado, cresceu o uso da pílula e da prática do coito interrompido. Foram analisadas 138 turmas de 43 escolas.
Os investigadores do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, do Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Investigação Social e da Associação para o Planeamento da Família concluíram que a maioria (66%) "conversou com o parceiro sobre os procedimentos a tomar para evitar uma gravidez na primeira relação sexual" e mais de 83% "tomaram precauções nesse sentido".
Nascimentos
61.678 nados-vivos foram registados nos primeiros nove meses deste ano. Em setembro de 2022, foram contabilizados 7620 nados-vivos, o que corresponde a um aumento de 5,2% relativamente ao mesmo mês do ano passado. O saldo natural permanece negativo.
20 meninos nasceram, no ano passado, de mães com 50 ou mais anos, precisa o INE. O total de nados-vivos naquela faixa etária foi de 38, sendo que os restantes 18 eram raparigas. 32 mulheres tiveram um parto simples e seis tiveram gémeos.