Os números e factos mais relevantes das eleições legislativas disputadas a 10 de março.
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Quando, em novembro, convocou eleições para 10 de março, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, instou os portugueses a escolher um Governo que procurasse assegurar “a estabilidade e o progresso económico, social e cultural”. Porém, face aos resultados das legislativas do último domingo, a estabilidade adivinha-se pífia. O Executivo muda de mãos, é certo, mas a vitória da Aliança Democrática (AD) sobre o Partido Socialista (PS) foi mínima. E o Chega conseguiu um crescimento estrondoso, somando mais de um milhão de votos e celebrando um pretenso fim do bipartidarismo. Entretanto, o PS já avisou que não vai suportar um Governo da AD, enquanto o partido de Ventura promete chumbar já o próximo Orçamento, caso não seja considerado nas negociações. Há um pântano à espreita ao virar da esquina.
Vitória duplamente curta
A AD recebeu a maior fatia de votos nestas eleições, mas a vitória da coligação liderada por Luís Montenegro foi duplamente curta: por um lado, porque a vantagem face ao PS, em termos percentuais, não chegou a um ponto; por outro, porque mesmo em relação às últimas legislativas, só houve um ganho de cerca de 100 mil votos (se contabilizarmos também os votos do CDS e do PPM no último sufrágio). Os resultados finais só serão conhecidos na próxima semana, depois de efetuada a contagem dos votos do círculo da emigração, que vale os últimos quatro lugares no Parlamento. Nesta altura, a AD tem 79 deputados e o PS 77.