Academias do Minho, Aveiro, Évora e Nova estão a celebrar 50 anos. Atualmente, atraem alunos do exterior e já dão cursos fora do país.
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Até 1972, existiam em Portugal quatro universidades - duas em Lisboa, “Clássica” e Técnica; uma no Porto; e outra em Coimbra. Foi em julho de 1973 que o ministro da Educação, Veiga Simão, fez aprovar a Lei de Bases do Sistema Educativo e, no mês seguinte, o decreto-lei que permitia a expansão do ensino superior. De uma assentada, nasceram três novas universidades - Minho, Aveiro e Nova de Lisboa -, renascendo a de Évora. O objetivo do ministro reformador era “atingir uma taxa de 9% [de formação superior] para o grupo etário dos 18 aos 24 anos”. Volvidos 50 anos, estamos próximos dos 50%.
Não é certo que, sem a queda da ditadura, em abril de 1974, a reforma de Veiga Simão tivesse o sucesso que hoje se lhe reconhece. "Educar todos os portugueses, onde quer que se encontrem, na aldeia escondida ou na cidade industrializada, na savana seca e ignota ou na lezíria verdejante, é princípio sagrado de valor absoluto e de transcendente importância", afirmou Veiga Simão na sua tomada de posse. Todavia, no seio do regime não faltava quem não concordasse com a ideia de massificar o ensino. Ficou célebre a frase, proferida na Assembleia Nacional, pela voz do deputado Moura Ramos: "Democratizar o ensino é o mesmo que dar a qualquer cidadão o direito de ser doutor; mais não é do que entender que qualquer burro tem direito a ser cavalo."