A Academia para a Capacitação das Associações de Doentes (ACAD-Ativos pela Saúde) vai lançar, esta quarta-feira, mais uma edição de um programa formativo para continuar apoiar associações de doentes e cuidadores na sua participação pública em saúde pelos interesses e direitos dos doentes. Nas últimas três edições a academia diz ter formado mais de 100 pessoas.
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A partir de quarta-feira, a 4.ª edição do projeto ACAD-Ativos pela Saúde vai voltar a oferecer sessões de capacitação online a associações de doentes e cuidadores. A esta edição juntam-se 70 académicos, políticos, entidades públicas e privadas, investigadores e profissionais das mais diversas áreas para "dar ferramentas" aos participantes com o objetivo de fortalecer o seu papel no Sistema Nacional de Saúde (SNS) e colocar os doentes no "centro da decisão" para melhorar a qualidade dos cuidados prestados.
Para a organização do projeto, promovido pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa (ENSP-NOVA), em conjunto com a Roche, capacitar, implementar, dialogar e influenciar são os quatro eixos necessários para ajudar a "fomentar a discussão em torno de temas atuais e do interesse das associações de doentes", com o objetivo de "agitar consciências" e "promover a mudança por um sistema de saúde no qual todas as vozes sejam efetivamente ouvidas e atendidas".
Ao JN, Rita Oliveira Goes, coordenadora do projeto, sublinha que é fundamental existir um "diálogo entre as associações e as entidades de saúde" para que o SNS não esqueça "a jornada de quem vive com a doença, bem como de quem convive com ela". Segundo a coordenadora, a maioria das associações e dos cuidadores apresenta dúvidas quanto a questões de financiamento em saúde e demonstra-se preocupada pela garantia dos seus direitos e dos doentes. "Há aqui também um esforço para desenvolvermos necessidades de apoio à própria implementação de projetos de apoio social dentro das associações", explica.
Além dos seminários, a decorrer, nesta primeira fase, até ao final de novembro deste ano, estão também previstas visitas aos hospitais e centros de saúde, "workshops" e laboratórios para promover a literacia digital, até junho de 2023.
O primeiro evento público da 4.ª edição do projeto está marcado para esta quarta-feira, dia 16 de novembro, entre as 14:30 e as 18 horas, na Escola Nacional de Saúde Pública, em Lisboa. Esta sessão vai contar com as intervenções de Maria de Belém Roseira, antiga ministra da Saúde socialista, Jorge Seguro Sanches, vice-presidente da Comissão Parlamentar de Saúde, Catarina Paulino da direção da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) e Moisés Ferreira do Bloco de Esquerda.