A gasolina custa agora mais 8,1 cêntimos por litro do que na última semana de 2018. Um condutor que tenha necessidade de atestar um depósito de 45 litros todas as semanas acabará por gastar mais 190 euros no espaço de 12 meses.
Corpo do artigo
Fazendo o mesmo exercício para o gasóleo, que encareceu 5,5 cêntimos naquele período, conclui-se que o custo anual acrescido será de quase 130 euros.
Utilizando-se a medida de 45 litros para um depósito, a capacidade do automóvel ligeiro de passageiros mais vendido em Portugal, consegue-se entender o alcance mais exato das variações de preços dos combustíveis no bolso das famílias.
Apesar de os portugueses terem assistido a uma das maiores baixas dos preços de venda ao público na semana iniciada no dia 10 de junho - menos 8,2 cêntimos na gasolina e menos 4,7 cêntimos por litro no diesel -, a verdade é que os consumidores estão a pagar hoje mais do que no final de 2018.
Novo aumento esta semana
A partir desta segunda-feira, os preços voltam a aumentar, após algumas semanas de baixas. A gasolina vai subir pelo menos dois cêntimos por litro, enquanto o gasóleo pode registar um aumento de cerca de um cêntimo e meio. Desde finais de abril, não havia agravamentos desta amplitude. A gasolina deve superar a barreira de 1,50 euros por litro e o preço médio do diesel passará a rondar os 1,337 euros por litro.
Segundo Pedro Morais Leitão, presidente da Prio, os preços poderão baixar até ao final do ano. Mas em 2020, "embora não saibamos a magnitude do agravamento em causa, o consumidor será inevitavelmente penalizado devido ao acordo laboral das transportadoras com os motoristas de matérias perigosas, alcançado em 2019, mas cujos reflexos só serão sentidos no próximo ano".
Embora as quantidades vendidas em bomba de gasóleo sejam três a quatro vezes superiores às da gasolina, muito por culpa dos veículos pesados a diesel, a verdade é que o panorama está a mudar. O parque automóvel contava no ano passado com um total de 6,28 milhões de automóveis, entre ligeiros e pesados. 3,14 milhões dos quais eram veículos a gasolina, o que corresponde a metade do parque automóvel. O gasóleo era responsável por 3,08 milhões de veículos. Na produção automóvel, as fábricas nacionais montaram, em 2018, mais veículos a gasolina do que a gasóleo, o que já não acontecia desde 1995.
VAI DE FÉRIAS?
Viajamos muito de carro
Portugal é o segundo país da UE, a seguir à Eslovénia, onde mais se usa o carro para viagens longas, seguindo-se o autocarro e o comboio.
A ponderar
Se porventura for de férias rumo à fronteira, pode valer a pena verificar os preços ainda do lado português, que sentem mais a concorrência de Espanha, onde a gasolina é 18,7 cêntimos mais barata e o gasóleo 13,3 cêntimos.
A evitar
Se for para longe, com carro próprio ou alugado, os países nórdicos têm preços proibitivos (acima de 1,50 euros por litro na gasolina), mas França e Itália também não são locais baratos.
SEM IMPOSTOS
Tudo seria diferente
Ao nível dos preços na bomba, os condutores pagam mais pela gasolina, mas na verdade este combustível é mais barato à saída da refinaria e o gasóleo é mais caro.
Já não faz sentido
"Há 20 anos, havia uma lógica de incentivo ao uso dos motores diesel. Agora que o mercado virou, o preço final do gasóleo face à gasolina, que se explica pelo peso dos impostos, deixou de fazer sentido", afirma Pedro Morais Leitão, presidente da Prio.