Cancelada greve prevista para a rede de autocarros Unir em Gaia e Espinho
A greve dos motoristas da Transportes Beira Douro, que assegura a operação da rede Unir em Gaia e Espinho, e que estava marcada para sexta e segunda-feira, foi cancelada, informou, esta quinta-feira, a Transportes Metropolitanos do Porto (TMP).
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De acordo com informação disponibilizada pela TMP, empresa pública intermunicipal que gere as concessões da rede Unir, "a greve convocada peça Fectrans - Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, prevista para os dias 26 e 29 de setembro [sexta-feira e segunda-feira], foi cancelada".
Também num comunicado enviado à Lusa, o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), filiado na Fectrans, indica que "decidiram os trabalhadores suspender as greves marcadas para os dias 26 e 29 do corrente mês".
"Os trabalhadores, no respeito pelos utentes, decidiram pedir responsabilidades à Unir na fiscalização e intervenção urgente nas operadoras, empresas Auto Viação Feirense, Lda. e Transportes Beira Douro Lda. [que pertence à Feirense], no sentido de organizar e respeitar a segurança dos transportes", pode ler-se no comunicado.
O sindicato decidiu, assim, pedir "uma intervenção da Unir [marca gerida pela Transportes Metropolitanos do Porto] como responsável da zona operacional", e ainda uma reunião à DGERT [Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho] com a responsabilidade de, junto da empresa, fazer cumprir o que foi acordado em reunião anterior".
Os trabalhadores vincam, no entanto, que "as empresas são responsáveis pelas condições de trabalho e segurança dos trabalhadores e dos utentes", bem como "pelo não aumento do subsídio de refeição e pela justa valorização salarial e pelo pagamento correto do trabalho efetuado".
Na segunda-feira, os trabalhadores da Auto Viação Feirense anunciaram uma greve na sexta-feira e dia 29 contra os horários do lote 4 da rede Unir, por serem "impossíveis de cumprir com segurança" e que importa corrigir "antes que aconteça uma desgraça".
A medida tinha sido decidida num plenário nas instalações da Feirense em Lourosa, no concelho de Santa Maria da Feira, com representantes dos cerca de 100 motoristas que fazem os percursos entre Vila Nova de Gaia e Espinho na referida rede de transportes públicos da Área Metropolitana do Porto.
Segundo Hélder Borges, dirigente da Fectrans, "os horários que existem não são compatíveis com circulação em segurança e o nível de limpeza e manutenção está um caos".
"Vamos fazer greve para alertar para isto e ver se começa a haver fiscalização decente, antes que aconteça uma desgraça e depois nos venham dizer que não os alertámos a tempo", acrescentou à data.
O sindicalista culpa pela situação "tanto a Unir, que estabelece os horários, como a Feirense, que assume o compromisso de os cumprir" mesmo sabendo que não são viáveis. Entidades fiscalizadoras como "a Autoridade para as Condições do Trabalho e o Instituto de Mobilidade e Transportes também não estão a cumprir o seu papel como deviam porque permitem que isto continue a acontecer", disse.
Contactada à data pela Lusa, fonte oficial da Transportes Metropolitanos do Porto esclareceu: "Não detetamos nenhum horário que seja impossível de realizar. Todos os tempos atribuídos são perfeitamente viáveis".
Quanto às outras questões abordadas pela Fectrans, a Unir disse que lhes é "alheia", porque não tem "qualquer responsabilidade nos horários de trabalho atribuídos aos motoristas nem na sobrecarga laboral que eles alegam".
A Lusa tentou ouvir telefonicamente a Feirense, que é detentora da marca Beira Douro, que também opera para a Unir em Gaia e Espinho, mas as chamadas não foram atendidas.