À saída do Campus da Justiça, em Lisboa, todos os arguidos do processo Casa Pia, à excepção de Gertrudes Nunes, lançaram duras críticas à Justiça pelo facto de terem sido condenados a penas de prisão efectivas.
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O ex-apresentador Carlos Cruz saiu de rosto visivelmente abatido, remetendo uma reacção à condenação a sete anos de prisão para uma conferência de Imprensa num hotel de Lisboa, como anteriormente já tinha anunciado.
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O médico Ferreira Diniz, condenado a sete anos de prisão, não escondeu a sua surpresa e desalento. "Pensei que os tribunais faziam justiça", disse, confessando sentir "desalento em relação ao Estado de Direito".
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O ex-provedor da instituição, Manuel Abrantes, condenado a cinco anos e nove meses de prisão, continuou a reiterar a sua inocência. "Dei tudo o que tinha para dar, respondi a tudo o que o tribunal me perguntou, nunca abusei de ninguém", disse. Manuel Abrantes anunciou que vai recorrer da pena e fez uma declaração enigmática: "A partir de hoje sinto-me liberto do tribunal", referiu, não esclarecendo a sua afirmação apesar da insistência dos jornalistas.
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O advogado Hugo Marçal também foi duro em reacção à pena de seis anos e dois meses de prisão a que foi condenado. "O tribunal não tem o direito de brincar com os arguidos", referiu. "Só um mero lapso pode justificar esta decisão", acrescentou, salientando que foi no "mínimo insólito" o facto de durante a manhã ver como provados dois crimes contra ele, número que cresceu para três da parte da tarde quando conheceu a sentença. "Isto é gravíssimo. No mínimo estão a gozar comigo", disse. O arguido garantiu que iria recorrer da decisão por todos os meios.
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Gertrudes Nunes manteve o rosto tapado e não prestou declarações à Imprensa. Para o seu advogado, a absolvição "é uma meia-vitória", pois deveu-se a alterações feitas em 2007 ao Código Penal. O advogado pretendia que o tribunal declarasse que não houve abusos na casa de Elvas. "Não houve nada na casa de Elvas", frisou.
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Também sem palavras saiu o ex-embaixador Jorge Ritto, condenado a seis anos e oito meses de prisão.
O advogado de Carlos Silvino informou que já interpôs recurso para o Tribunal da Relação da condenação do seu cliente a 18 anos de prisão efectiva. José Maria Martins alegou que a pena foi "muito pesada" e que o tribunal "enquadrou mal os factos".