Declínio de insetos que asseguram produção de alimento começa a ser monitorizado. Há projetos para valorizar o mel, num ano em que a quebra no setor apícola chega aos 80%
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Está a aumentar a procura por serviços de polinização junto dos apicultores, um sinal do declínio dos insetos, que ao transferirem pólen permitem a produção de fruta e sementes, e das transformações na agricultura. A procura é tal que vai ser criada uma “bolsa de polinização” que responda às necessidades dos agricultores e crie mais rendimentos aos apicultores, numa altura em que o setor atravessa grandes dificuldades, diz João Casaca, secretário-geral da Federação Nacional de Apicultores de Portugal (FNAP).
Este ano estão a registar-se quebras de 80% na produção de mel devido à seca, já se perderam 10% das cerca de 700 mil colmeias que existem no país e muitos apicultores estão a abandonar a atividade, queixando-se de falta de apoios. “Quando há declínio de todos os polinizadores, a abelha mantém-se. Mas mantém-se enquanto for rentável economicamente”, alerta o presidente da federação, Manuel Gonçalves.