Reportados 26 casos desde o início de outubro, com maior impacto até aos três meses de idade.
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Desde o início de outubro, quando começou a época gripal 2023/2024, até à passada semana, foram reportados 26 casos de internamento por Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em crianças com menos de dois anos de idade, em particular até aos três meses de idade. Em igual período do ano passado, a rede de vigilância sentinela reportara 140 casos.
De acordo com o mais recente boletim de vigilância epidemiológica da gripe do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), dos 26 casos de internamento por VSR reportados pela rede, “cerca de 43% tinham menos de três meses de idade, 43% ocorreram em bebés pré-termo ou com baixo peso ao nascer e 8% tiveram necessidade de ventilação ou forma internados em Unidade de Cuidados Intensivos”.
A semana de 30 de outubro a 5 novembro responde pelo maior número de casos, com 11 internamentos comunicados por cinco hospitais notificadores. Na semana anterior, a segunda com mais registos, contavam-se cinco internamentos. Desde o início desta época gripal, o vírus sincicial respiratório respondia, em média, por 65% do total de internamentos por infeção respiratória aguda.
No ano passado, por esta altura, recorde-se, os serviços de urgência e internamento pediátricos estavam já pressionados com o aumento de casos de infeções respiratórias em crianças, nomeadamente bebés, com vários vírus em circulação, como o adenovírus, VSR, influenza ou rinovírus. Pressão que levou a Autoridade Nacional do Medicamento, em meados de dezembro, a controlar as vendas para o estrangeiro de determinados antibióticos (amoxicilina e azitromicina), antipiréticos (paracetamol) e anti-inflamatórios (ibuprofeno), concretamente as apresentações pediátricas.
O vírus sincicial respiratório é uma das principais causas de internamento de crianças no seu primeiro ano de vida. De acordo com informação disponibilizada pela Direção-Geral de Saúde no seu site, como fatores de risco nas crianças incluem-se “a prematuridade, doença cardiopulmonar, imunodeficiências e exposição tabaco, entre outros”. Como medidas de proteção, sobretudo na faixa etária 0-3 anos, destaca a DGS o “aleitamento materno como agente protetor de infeções”, a adoção de “medidas de higiene básicas e etiqueta respiratória” e a “vacinação de acordo com Programa Nacional de Vacinação”.