Chovem queixas contra ação do Governo na resposta aos incêndios no Norte e Centro. Castro Daire é o concelho com maior área ardida e as chamas só ontem foram dominadas.
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As declarações da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, que anteontem falou pela primeira vez sobre os fogos que assolaram o Norte e o Centro do país, não calaram as críticas de autarcas dos concelhos afetados pelas chamas. São apontadas falhas ao Governo, à coordenação de meios e ao auxílio prestado às populações. Ontem, às 19 horas, segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), ainda se encontravam em fase de resolução dois fogos em Castro Daire, que mobilizavam 381 operacionais, auxiliados por 116 meios terrestres e dois aéreos. As condições meteorológicas para o fim de semana, com previsão de chuva, são favoráveis para ajudar a consolidar o rescaldo dos incêndios.
O presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, admite que o incêndio que destruiu quase três mil hectares de floresta do concelho (ler texto na página ao lado) é o resultado de “falta de coordenação política do Ministério da Administração Interna”. Além de criticar o facto de, no combate, só ter contado “com operacionais do distrito do Porto”, o autarca revela que se sentiu “impotente” perante a inação do Governo.