Se os deputados fossem avaliados como os treinadores - pelos resultados - os 16 eleitos por Aveiro em 2011 (oito pelo PSD, cinco do PS, dois do CDS e um do BE) não renovariam contrato com os portugueses nas eleições do próximo mês.
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Não está em causa o trabalho que (uns mais do que outros) fizeram, mas as principais promessas não passaram de intenções: fim de portagens à entrada de Aveiro na A25, concretização da ligação de Arouca à A32, reforço das valências do Hospital de Aveiro, dinamização da Linha do Vouga e conclusão do dique do Baixo Vouga. No terreno está tudo na mesma ou pior (já lá vamos). Mas há uma esperança na conclusão do dique que vai impedir a entrada de água salgada nos campos agrícolas do Baixo Vouga. Os ministros da Agricultura e Ambiente anunciaram, na semana passada, um investimento de 22 milhões para acabar o que está prometido há décadas.
Muitos agricultores só acreditam quando virem a última pedra. Compreende-se: o distrito está cansado de promessas. Voltando às de 2011, a Linha do Vouga nunca esteve tão mal (o comboio em algumas zonas não passa dos 15 km/h e mais troços desativados), o hospital de Aveiro tem de mandar cada vez mais doentes para Coimbra por perda de valências e Arouca continua à espera de um troço para ficar ligada à Feira e poder entrar na A32. O JN falou com deputados de Aveiro, dos diversos partidos, e todos dizem ter trabalho feito, mas reconhecem a incapacidade para convencer o Governo. Mesmo os do PSD e CDS foram incapazes de o fazer.
E em alguns casos não foi por falta de tentativas: as estradas a pagar são um exemplo. Aveiro é a capital das portagens. Está rodeada por todos os lados (A25, A17, A29 e A1), sendo que alguns dos pórticos estão às portas da cidade. Um deles, o do Estádio, foi por todos os deputados considerado uma aberração. Dois projetos de resolução (um do PSD-CDS e outro do BE, com os votos favoráveis dos eleitos do PS pelo distrito) recomendaram ao Governo que anulasse esse pórtico, mas o Secretário de Estado dos Transportes recusou "para não abrir um precedente", lembra quem ouviu e não gostou.