A líder do BE tinha afirmado que a avó ficou em sobressalto com a ameaça de despejo possibilitada pela alteração à lei das rendas em 2012. Mas tudo aponta para que a familiar estivesse salvaguardada devido ao critério da idade: tinha mais de 65 anos. O valor também não sofreu grandes alterações e ronda os 400 euros.
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A avó de Mariana Mortágua paga uma renda de 400 euros a IPSS e já tinha 78 anos quando foi alterada a lei das rendas, em 2012, com o Novo Regime do Arrendamento Urbano, a chamada lei Cristas. A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) afirmou num debate televisivo que a familiar tinha sido afetada pela legislação introduzida quando Pedro Passos Coelho era primeiro-ministro, e estas novas informações, divulgadas pela revista Sábado, contrariam as palavras de Mortágua, já que a avó estaria salvaguardada de qualquer ação de despejo.
"Lembro-me de uma lei das rendas, em que as pessoas idosas recebiam uma carta, e, se não respondessem durante 30 dias, a renda aumentava para qualquer valor e podiam ser expulsas. Vi idosos a serem expulsos, eu conheço o pânico que era receber uma carta do senhorio. Eu vi o sobressalto da minha avó ao receber cartas do senhorio, porque não sabia o que é que lhe ia acontecer", afirmou Mariana Mortágua no frente a frente televisivo com Luís Montenegro.
De acordo com a "Sábado", a avó de Mariana tinha 78 anos quando a lei das rendas foi atualizada em 2012. A legislação continha uma regra que impedia o despejo de pessoas com mais de 65 anos. Além disso, a familiar da dirigente política vive, há décadas, num apartamento de uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), a Fundação Octávio Maria de Almeida, cujos responsáveis disseram à revista que nunca foram enviadas cartas que pudessem assustar inquilinos sobre valor das rendas, muito menos despejos. A renda da avó de Mariana nunca saiu do regime antigo.
O assunto entrou no debate partidário pela voz de Mariana Mortágua, como argumento político para atacar o líder do PSD, mas desde que se levantaram dúvidas sobre a real situação da avó enquanto inquilina possível vítima de despejo a coordenadora do BE não comentou mais o tema.