A Convenção Nacional do BE mantém-se para 22 e 23 de maio e será presencial, mas foi decidido reduzir para metade os delegados devido à pandemia, com a garantia de assegurar a proporcionalidade e a representatividade.
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Estas decisões foram tomadas na reunião de hoje da Mesa Nacional do BE, tendo sido as suas conclusões apresentadas aos jornalistas pela coordenadora bloquista, Catarina Martins, que começou a conferência de imprensa por saudar, em nome do partido, o PCP no dia do seu centenário, "registando não só a sua luta anti-fascista, mas também as tantas lutas em que hoje está" e nas quais os dois partidos se encontram.
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Segundo Catarina Martins, a Mesa Nacional decidiu "alterar o modelo da convenção, que sendo presencial, mantendo-se na data e no distrito no Porto, vai ter metade dos delegados" devido à pandemia.
Os militantes (aderentes) que não são delegados ficam também impedidos de estar presencialmente na reunião magna, que será transmitida na íntegra.
"Durante o debate da Mesa Nacional foram feitas propostas para manter a proporcionalidade e a representatividade das várias sensibilidades do Bloco de Esquerda na convenção. Todas as propostas foram integradas no regulamento e no regimento final", adiantou.
Segundo a líder bloquista, foi decidido fazer alterações nos núcleos de eleição de delegados, "aumentado de 100 para 150", o que permite "maior proporcionalidade", sendo ainda diminuído "o número de delegados necessários para apresentar propostas à convenção para metade".
"Assim, julgamos que conseguimos ter a convenção nas condições de democracia que são necessárias, sem prejudicarmos as condições necessárias que nos são a todos exigidas", defendeu.
Catarina Martins foi confrontada com as críticas feitas na sexta-feira por subscritores da Moção E, que se manifestaram frontalmente contra esta redução de delegados e acusaram o partido de estar a dar um "tiro na democracia".
"Houve críticas que foram feitas publicamente, mas que não foram apresentadas à Mesa Nacional, até por moções que são promovidas por elementos que estão na Mesa Nacional e que decidiram, como é seu direito democrático, não estar hoje na reunião", começou por afirmar.
A reunião de hoje, de acordo com a líder bloquista, "foi amplamente participada" e "teve representantes das moções minoritárias", lembrando que no partido qualquer aderente pode enviar propostas à Mesa Nacional.
"O que foi considerado foi o espaço de pessoa por metro quadrado que a DGS aconselha e também as capacidades de circulação dos delegados para que não haja ajuntamentos e seja possível que tudo decorra na maior segurança", apontou.
Um dos exemplos que os críticos da direção deram na conferência de imprensa de sexta-feira foi o congresso do PCP, que se realizou o ano passado.
"Lembro que, ainda que com números diferentes, também o PCP reduziu para metade o número dos seus congressistas. Cada partido deve tomar a sua decisão", ressalvou, considerando que a convenção do partido, como tudo o resto, "tem que estar adaptada à pandemia".