A coordenadora nacional do BE, Catarina Martins, responsabilizou "todo o Governo" pela situação no Serviço Nacional de Saúde, lembrando que muitas das medidas eram decididas pelo Ministério das Finanças.
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"A responsabilidade de o Serviço Nacional de Saúde ter menos capacidade não é da ministra. É a responsabilidade de todo um Governo", considerou, esta terça-feira, a coordenadora nacional do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, em reação à demissão de Marta Temido.
"A verdade é que o Governo tem vindo a adiar sistematicamente todas as condições para o Serviço Nacional de Saúde trabalhar. Toda a política de saúde não é definida só por um ministro mas por todo o Governo, com decisões a serem tomadas quotidianamente pelo Ministério das Finanças", apontou a coordenadora do BE.
Catarina Martins recusa, assim, "uma linha de continuidade" que poderá passar pela nomeação do secretário de Estado António Lacerda Sales. "Uma linha de continuidade na Saúde seria um desastre. O Serviço Nacional de Saúde está a ser desmantelado. Tudo o que este Governo tem a oferecer ao Serviço Nacional de Saúde são horas extraordinárias", justificou a líder dos bloquistas, defendendo que são necessárias medidas estruturantes e que sejam capazes de atrair médicos para o Serviço Nacional de Saúde.
"Há mecanismos financeiros para fazer investimentos estruturais no Serviço Nacional de Saúde. É preciso aumentar a capacidade instalada", defendeu Catarina Martins.