"O referendo é uma necessidade, não é uma discussão esotérica", mas "subsistem os obstáculos políticos à sua concretização", disse esta quarta-feira Bernardino Soares, presidente da Câmara Municipal de Loures, presente na conferência JN sobre a regionalização, no Fórum Luísa Todi, em Setúbal.
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"O referendo é um travão que está na Constituição e foi criado por Marcelo Rebelo de Sousa e por António Guterres", para o que contribuem também os "ambientes de populismo e individualismo, além da falta de reflexão para um debate sério e sereno" diz Bernardino Soares, que é muito claro: "Não ter regiões administrativas custa-nos muito dinheiro. Infelizmente, ainda não estamos à beira de as termos".
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O autarca comunista, que integrou o painel de debate sobre o modelo de financiamento para as futuras regiões, entende que "não necessitamos de criar novos níveis administrativos; eles já existem, só não se coordenam entre si". O que precisamos de fazer?, pergunta Bernardino Soares.
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"Precisamos de lhes dar legitimidade democrática e de usar melhor os seus recursos. Tem que haver melhor repartição dos recursos do Estado pelas estruturas locais. Por isso, a pergunta não deve ser quanto vai custar a regionalização, deve ser, antes, esta: quanto gastamos a mais por não termos regiões?". Cético na matéria, realça: "As descoordenações e estropias dos serviços centrais fazem-nos perder muitos recursos".
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