Carlos Silvino declarou ao Tribunal que a Casa Pia lhe arruinou a vida e diz que foi abusado desde os quatro anos, por professores e alunos. Leitura do acórdão marcada para 9 de Julho.
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O tribunal está ouvir hoje, sexta-feira, pela última vez antes do pronunciar da sentença, os arguidos do processo Casa Pia. No fim da audiência, foi marcada a leitura da sentença para 9 de Julho.
Nas últimas declarações, Carlos Silvino diz que a Casa Pia lhe destruiu a vida, tendo sido abusado por professores, educadores e alunos mais velhos desde os quatro anos. "Bibi" alega ainda que não é pedófilo nem homossexual. "Descai-me com alguns rapazes", explicou o arguido.
Na sessão anterior, na segunda-feira, defesa e acusação reafirmaram as alegações finais que ocuparam cerca de dois meses do julgamento, há ano e meio.
As mais recentes alegações seguiram-se à apresentação de alterações não substanciais ao despacho de pronúncia que tribunal anunciou em 2008.
A defesa protestou contra aquilo que considerou ser um anúncio tarido de alterações à acusação, alegando que limitava as possibilidades dos arguidos em defenderem-se.
Ricardo Sá Fernandes, advogado de Carlos Cruz, admitiu pela primeira vez a possibilidade de haver condenações, alegando que, na maior parte dos casos, estas acontecem cada vez que o tribunal aceita alterações.
O julgamento do processo Casa Pia já dura há cinco anos. Além de Carlos e Carlos Silvino, respondem na 7ª Vara Criminal do Campus de Justiça o ex-provedor adjunto Manuel Abrantes, o médico Ferreira Diniz, o advogado Hugo Marçal e o embaixador Jorge Ritto, bem como Gertrudes Nunes, dona da casa em Elvas onde alegadamente tiveram lugar os abusos a menores.