Os bispos portugueses não querem que a abstenção tenha “a palavra maioritária nas eleições do próximo dia 10 de março” e lançam um apelo ao voto.
Corpo do artigo
Numa nota intitulada “Restituir a esperança aos cidadãos”, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) lembra que os “os últimos meses foram abundantes em crises que adensaram a desconfiança dos portugueses em relação às instituições”, acrescentando que os cristãos têm “a responsabilidade acrescida de participar na vida política”.
Aos “eleitores cristãos”, os bispos pedem que não se excluam de “colaborar na construção do bem comum”, afirmando que “a responsabilidade é de todos, dos políticos e de quem os elege, dos que definem projetos e de quem faz escolhas, daqueles que apresentam propostas e de quem se preocupa em delas ter conhecimento para votar conscientemente”.
O organismo presidido por D. José Ornelas, bispo da diocese de Leiria-Fátima, diz ainda que “no tempo de debate e reflexão pré-eleitoral, exige-se um diálogo honesto e esclarecedor entre os partidos políticos, com a apresentação de programas exequíveis e conteúdos programáticos que não se escondam por detrás de manobras mediáticas e defraudem a esperança dos cidadãos”.
Citando o Papa Francisco, na Jornada Mundial da Juventude, pedem aos dirigentes políticos portugueses para que sejam agentes da “boa política”, capaz de “corrigir os desequilíbrios económicos dum mercado que produz riquezas, mas não as distribui, empobrecendo de recursos e de certezas os ânimos” e capaz de “retomar o diálogo entre jovens e idosos”.