A ação de resistência civil da plataforma "Parar O Gás" no terminal de gás natural liquefeito da Rede Elétrica Nacional (REN), em Sines, terminou há cerca de uma hora sem incidentes. Um grupo mais pequeno de ativistas pretendia pernoitar na portaria da infraestrutura para parar a entrada do primeiro carregamento durante a madrugada, mas, "uma vez irrompido o fornecimento de gás por terra, mar e gasoduto", abandonaram o local, anunciando a vitória ao final do dia.
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"Com as ações que realizamos hoje foi fechada a torneira do gás e, por isso, decidimos dar por terminada a ação", explicou a porta-voz do grupo, Catarina Viegas, à Lusa. Inicialmente, o grupo de ativistas anunciou que iria prolongar o protesto durante a noite para tentar impedir a eventual "entrada de gás, tanto por via marítima, como terrestre" no terminal.
"Entretanto, reunimos todas as diferentes frentes de bloqueio e decidimos que os objetivos estavam cumpridos e estamos a abandonar as duas portarias" de acesso ao terminal de gás natural liquefeito, onde se encontravam desde as 13.30 horas, adiantou.
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O protesto, que juntou mais de duas centenas de manifestantes, começou com duas horas de atraso porque, segundo a organização, os autocarros onde seguiam foram parados e revistados em operações 'stop' da GNR perto de Sines.
Vestidos com fatos brancos, "uma espécie de uniforme de luta", explicaram aos jornalistas, os ativistas ergueram cartazes a exigir justiça climática e o fim dos combustíveis fósseis, enquanto entoavam o cântico "Gás é morte, morte é Gás".
Por volta das 13:30, um grupo de dez ativistas acorrentou-se aos portões da entrada principal da infraestrutura para "bloquear fisicamente" o seu funcionamento e alertar para a necessidade de "reduzir a utilização de um recurso fóssil não renovável", disse à Lusa Ana Maria Valinho.
Às 18:40, a jovem lisboeta continuava no local com um "cadeado de bicicleta" à volta do pescoço e, junto a ela, outros jovens com "pequenos tubos" nos braços com a frase "Parar o Gás" resistiam no acesso à porta principal do terminal, sob o olhar atento das autoridades.
Segundo a porta-voz da plataforma, durante a tarde alguns ativistas da Greenpeace e apoiantes da plataforma Parar o Gás, "bloquearam por via marítima, com recurso a barcos e os próprios corpos dentro de água, a entrada no Porto de Sines". "Embora tivesse havido alguma intervenção policial foi possível contornar as forças policiais", afirmou. Contudo, fonte da Polícia Marítima de Sines disse à Lusa que o Porto de Sines está a "operar normalmente, sem qualquer constrangimento".
A ação reivindicou o fim do gás fóssil para a produção de eletricidade e que esta eletricidade passe a ser produzida por fontes de energia renovável até 2025.