A Câmara de Setúbal solicitou, esta sexta-feira, ao Ministério da Administração Interna para averiguar se é verdade que há apoiantes de Putin a fazer o acolhimento de refugiados ucranianos no Município. E retirou a funcionária suspeita do atendimento.
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"A Câmara Municipal de Setúbal irá solicitar ao Ministério da Administração Interna que adote, de imediato, os necessários procedimentos no sentido de averiguar a veracidade das suspeitas veiculadas pelo jornal Expresso, manifestando total disponibilidade para prestar toda a informação necessária", anunciou, esta sexta-feira, aquela autarquia do PEV, em comunicado.
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A Autarquia, liderada pelo comunista André Martins, informou ainda que "face à situação criada, retirou do acolhimento de cidadãos ucranianos a técnica superior citada na notícia até ao total e inequívoco esclarecimento desta situação".
Num extenso comunicado, a Câmara de Setúbal "repudia com veemência toda e qualquer insinuação de quebra de sigilo no tratamento de dados de cidadãos ucranianos acolhidos nos seus serviços", reafirmando que a "recolha de informação só é feita com autorização expressa por escrito dos próprios e é realizada por dois técnicos superiores".
"Trata-se de um procedimento reconhecido e utilizado pelas entidades que, em Portugal, fazem este tipo de trabalho. A informação recolhida serve para instruir os processos de formalização do pedido de acolhimento destes refugiados", insiste, garantindo que o serviço de atendimento a refugiados ucranianos é feito em "permanente articulação com diferentes entidades, nomeadamente a Segurança Social, Alto Comissariado para as Migrações, Instituto de Emprego e Formação Profissional e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras".
"O sr. Igor Kashin, citado na notícia do Expresso, colabora, regularmente, há vários anos, com várias entidades da administração central, entre as quais o Instituto de Emprego e Formação Profissional, o Alto Comissariado para as Migrações e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, tendo prestado esta colaboração já este ano, em instalações de alguns destes serviços em Setúbal, no contexto do acolhimento de refugiados da guerra da Ucrânia", acrescenta a Autarquia, referindo que, ainda assim, e face à denúncia da Embaixadora da Ucrânia em Portugal, "questionou formalmente o senhor Primeiro-ministro, não tendo obtido resposta até ao momento.