Dois camiões com 25 a 30 toneladas de bens partem na quinta-feira de Famalicão rumo à Macedónia, numa iniciativa que visa "intervir e ajudar os refugiados", disse fonte do movimento "It's our problema", promotor da iniciativa.
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Ao longo das duas últimas semanas o movimento fundado por quatro jovens do Grande Porto recebeu a ajuda de centenas de voluntários que colaboraram na triagem e embalamento dos donativos que chegaram "um pouco de todo o país", conforme descreveu à agência Lusa Sara Fidalgo, do "It's our problem".
"Primeiro pedimos fundamentalmente roupa e calçado, mas recebemos de tudo um pouco e os camiões vão levar também bens alimentares, cobertores, roupa de cama e carrinhos de bebé", contou a fonte, apontando que dois outros grupos - o "A solidariedade não conhece fronteiras", bem como o "Família como as nossas" - colaboraram com a iniciativa.
O grupo está a ultimar os preparativos no pavilhão cedido pela empresa Setlevel, localizada em Vila Nova de Famalicão, distrito de Braga, e o carregamento dos camiões, também de empresas que aderiram gratuitamente à iniciativa - a Torrestir e a Garland -, está previsto para as 07.00 horas de quinta-feira.
Devem demorar cerca de cinco dias a chegar à Macedónia, destino escolhido porque o "It's our problema" recebeu contactos de responsáveis de um grupo de refugiados deste país e as empresas transportadoras acabaram por desenhar as suas rotas de viagem de acordo com indicações desse contacto.
"Cada um leva um pouco mais de 10 toneladas. São 33 paletes por camião. A nossa estimativa é entre 25 a 30 toneladas, no total da carga", descreveu Sara Fidalgo, contando que dois dos membros fundadores contam estar na Macedónia, viajando de avião e a custos próprios, no dia da chegada dos camiões.
Os mentores do "It's our problem", com idades compreendidas entre os 29 e os 33 anos, entendem que "o drama por que passam as pessoas que todos os dias fogem dos conflitos de guerra é mais do que um problema deste ou daquele país" e por isso decidiram "intervir e ajudar os refugiados sem olhar a raças, religião ou ideologia política".
Criado em setembro este movimento começou no Norte mas acabou por alcançar todo o país, tendo contabilizado 28 pontos de recolha de donativos espalhados pelo mapa continental.