Campanha autárquica promete ser "aguerrida" em quatro concelhos do Grande Porto
Maiorias absolutas do PS podem acabar por ser oportunidades para o regresso dos sociais-democratas nas próximas eleições autárquicas.
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Se Porto e Gaia prometem concentrar as atenções mediáticas na noite eleitoral, até porque a capital de distrito tem sempre peso em termos de leituras nacionais de vitórias ou derrotas partidárias, Gondomar e Valongo também deverão protagonizar campanhas "aguerridas".
É que, em Gondomar e Valongo, os socialistas não têm apenas maioria absoluta. Têm o pleno dos presidentes de Junta. Mas com a forçosa saída dos atuais autarcas Marco Martins e José Manuel Ribeiro tornaram-se em hipóteses reais para o PSD recuperar antigos bastiões. Serão, assim, concelhos onde os sociais-democratas vão apostar forte.
Porto: Entre o "namoro" e a "cobiça" dos socialistas
O "Porto, o Nosso Movimento" pode ter perdido a maioria absoluta, em 2021, ao conquistar seis dos 13 mandatos, mas não o peso que detém na cidade. Daí que não seja de estranhar que os seus eleitos sejam desejados por PS e por PSD, embora o mais plausível é que ocorra uma espécie de aliança com os sociais-democratas, para a qual têm sido falados nomes como o do eurodeputado Paulo Rangel e do coordenador do Conselho Estratégico Nacional, Pedro Duarte, como possíveis apostas. É, contudo, na família socialista que circulam mais nomes como putativos candidatos. Além de Eduardo Vítor Rodrigues, aponta-se a autarca de Matosinhos, Luísa Salgueiro. O atual presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, não esconde que o Porto seria "o único concelho atrativo", mas considera que o atual ministro da Saúde, Manuel Pizarro, seria "o melhor candidato". Há, porém, dois outros governantes a serem apontados: José Luís Carneiro (ministro da Administração Interna) e João Paulo Correia (secretário de Estado do Desporto e Juventude). Além do deputado Tiago Barbosa Ribeiro, que foi o cabeça de lista do partido em 2021.
Vila Nova de Gaia: Com PS órfão de candidato, acelera oposição "laranja"
Com nove dos 11 mandatos nas mãos, a manutenção da Câmara de Gaia na posse do PS era, até recentemente, vista como pacífica. Mas, com a operação Babel, as águas agitaram-se na família social-democrata, que detém os restantes dois eleitos, voltando a surgir nomes como Luís Filipe Menezes (ex-presidente da Câmara), Cancela Moura (candidato em 2021) ou Firmino Pereira (ex-autarca e deputado). Mas nada está fechado ainda, assim como no PS, onde se espera pelo desfecho da operação Babel.
Gondomar: Escolher entre a continuidade e o regresso do PSD
Com o pleno das juntas de freguesia e sete de 11 mandatos autárquicos, não será fácil retirar a Câmara de Gondomar das mãos do PS, apesar da obrigatória saída do autarca Marco Martins, devido à limitação de mandatos. Acresce que, tirando a extensão do metro, que não é responsabilidade municipal, o programa foi concretizado, garante Marco Martins: "Apesar de todas as dificuldades, todas as linhas gerais a que nos propusemos em 2013 foram cumpridas". Num concelho onde o candidato socialista deverá ser o atual vice-presidente da Câmara, Luís Castro de Araújo, o PSD considera ter condições para recuperar a autarquia. Já Marco Martins ainda não sabe qual será o seu futuro político. "Estou disponível para continuar a servir a causa pública com funções executivas", assume.
Valongo: A saída do político que se apaixonou pelo Poder Local
José Manuel Ribeiro até admite que "faz sentido" que um autarca em final de ciclo concorra a outro concelho. "Um bom autarca é um bom decisor, trabalha em diferentes frentes", considera o presidente da Câmara de Valongo, embora não tenha ainda sequer feito qualquer ponderação sobre o seu futuro político. "Gosto muito de ser autarca. A verdade é que me apaixonei pela profissão. É uma experiência única e inesquecível. Mas tenho profissão e uma carreira", vinca José Manuel Ribeiro, garantindo que vai conseguir "executar 100%" do seu programa. E não será fácil para o PSD recuperar o Município que chegou a liderar. É que o socialista José Manuel Ribeiro detém uma maioria absolutíssima, com seis de nove mandatos.