Campanha de Natal é uma "festa da partilha" mas Banco Alimentar apela a dádivas todo o ano
Os sacos de papelão do Banco Alimentar Contra a Fome estão, até domingo, em mais de sete mil superfícies comerciais de todo o país com o objetivo de serem repletos com comida para ajudar as famílias mais desfavorecidas. A instituição apela à dádiva para proporcionar um Natal "mais digno" a milhares de pessoas.
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De olhos expectantes na porta automática, Francisco, Alice e Catarina aguardam pela entrada dos clientes. É um sábado movimentado no supermercado de Matosinhos e, por isso, não faltam pessoas a quem os três voluntários do Banco Alimentar Contra a Fome podem estender um saco de papelão. "Gostaria de ajudar o Banco Alimentar?", questiona docemente o rapaz, vestido com uma camisola de voluntário que lhe chega aos joelhos. Apesar de ter só 11 anos, Francisco Seufert é um "veterano" das campanhas: é o sexto ano em que participa. "Eu soube do Banco Alimentar na minha catequese e decidi ajudar com o meu pai. Desde aí venho todos os anos. Há pessoas que precisam mesmo [de ajuda] e eu quero fazer a diferença na vida dessas pessoas", conta ao JN.
A irmã Catarina brinca distraída enquanto o "trabalho" abranda. Quando a próxima "vítima" entra no supermercado, a menina de sete anos interpela-o, mas fica atrapalhada quando percebe que é um turista. Cristina Cardoso intervém e explica, em inglês, o objetivo da campanha, levando o rapaz a aceitar o pedido. "Participo há mais de 15 anos como voluntária. É uma alegria imensa. Fico de coração cheio com o facto de as pessoas poderem ser ajudadas", partilha a catequista de 53 anos.