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Juristas e advogados prometem ocupar perto de um terço do novo Parlamento, com esta área profissional a revelar-se maioritária sobretudo nas listas da coligação PSD/CDS, mas também entre os potenciais deputados do PS. Seguem-se os professores, os gestores e os economistas.
Numa análise aos candidatos elegíveis, feita com base no número de deputados que cada força política elegeu em 2011, verifica-se que 68 são advogados/juristas, ou seja 30% dos 230 deputados que compõem a Assembleia da República. Na coligação "Portugal à Frente", são 45 em 132 elegíveis (um terço). Além disso, estes 45 são mais de metade dos 79 advogados/juristas que estão na totalidade das listas de todos os distritos.
Se olharmos para os candidatos do PS da área jurídica, o número cai para 19 (um quarto dos eleitos em 2011, que foram 74). Na CDU, somando os elegíveis do PCP e do Partido Ecologista "Os Verdes", que são 16, há quatro daquela área, incluindo a jurista Heloísa Apolónia. No Bloco de Esquerda, nenhum dos oito elegíveis tem esta profissão.
Com 30% nas listas, promete assim manter-se a tradicional predominância de juristas, muitas vezes contestada por Marinho Pinto enquanto bastonário da Ordem dos Advogados, que exigia a revogação da norma que lhes permite acumular funções com a de deputado para não produzirem leis "à medida dos clientes". Além do atual candidato pelo Partido Democrático Republicano, também Paulo Morais, por sua vez candidato a Belém, denunciou várias vezes o que considera ser a "promiscuidade" entre grandes sociedades de advogados e a produção legislativa.
A seguir aos juristas/advogados surgem os professores, sobretudo universitários. Na coligação "Portugal à Frente", são 20 os elegíveis que assumem esta como sendo a sua principal profissão. Entre os candidatos do PS, são 15; no PCP são dois e no BE apenas um. A percentagem, somando todos os partidos, chega a cerca de 17%.
Engenheiros são onze
Somando juristas/advogados e professores, verifica-se que estas profissões correspondem a perto de metade do hemiciclo.
Em terceiro lugar, estão os gestores: 13 na coligação e seis no PS (8% de 230 deputados). Os economistas são oito em ambos os casos, e um no BE. Se juntarmos gestores e economistas, equivalem a cerca de 16% do universo de elegíveis.
Olhando para as restantes profissões, destacam-se os engenheiros, com cinco candidatos socialistas e seis da coligação. Feitas as contas ao total dos elegíveis, há por exemplo seis consultores, três empresários, seis médicos, um vitivinicultor e um comissário de bordo.
Quanto aos líderes, Catarina Martins (BE) é atriz, Jerónimo de Sousa (PCP) é operário metalúrgico, Pedro Passos Coelho (PSD) é gestor, Paulo Portas (CDS) é jurista, sendo esta também a área profissional de António Costa (PS). v