Melhorar a imagem dos engenheiros, atrair jovens e aumentar a intervenção da Ordem dos Engenheiros (OE) são objetivos comuns às duas listas para os órgãos nacionais e conselhos regionais em disputa nas eleições que terminam neste sábado.
Corpo do artigo
Os dois candidatos a bastonário - pela lista A, Fernando Almeida Santos, e Fernando Branco, proposto na lista B - são engenheiros civis, mas partilham o propósito de valorizar as especialidades e a sua visibilidade.
A jornada, à qual foram chamados os 58 mil membros daquela associação pública, em mais de 200 mil formados em engenharia no país, começou via Internet no dia 2 e conclui-se hoje com votação presencial.
Almeida Santos
Fernando Almeida Santos, ainda vice-presidente e com 24 anos de cargos na OE, candidatou-se por "perceber que, para fazer coisas, é preciso estar na liderança", disse ao JN. Afirma ter na lista "três quartos" dos membros dos órgãos cessantes.
Quer dinamizar os novos colégios de especialidade nas engenharias aeronáutica, biomédica e de gestão industrial e criar novos em áreas como a gestão de riscos e catástrofes, ensino da engenharia e engenharia municipal, para "trazer a OE para o século XXI".
Licenciado em 1991 pela Universidade do Minho, pretende uma OE a "dar mais à sociedade", mais "proativa e não reativa", tomando posições por iniciativa e lançando o debate sobre problemas como a falta de responsabilização por atos de engenharia em domínios como a informática.
Para a "valorização do engenheiro", propõe o reconhecimento formal da carreira, experiência e formação contínua através de um "curriculum vitae" certificado como requisito para concursos.
Fernando Branco
Fernando Branco, professor jubilado no Instituto Superior Técnico (IST), foi desafiado pelo bastonário cessante a concorrer ao cargo. Quer "melhorar claramente a imagem dos engenheiros" e "dar mais valor" aos colégios da especialidade.
"Sou de Civil, não vou falar de florestas", diz ao JN, prometendo maior visibilidade dos colégios junto da sociedade. "Claramente não aparecem nos jornais e isso não atrai os jovens, que não veem a OE atuar".
Licenciado pelo IST em 1976, quer "encher a OE de jovens, senão morre". Propõe plataformas de formação e critica os salários baixos e o esmagamento de preços nos concursos e quer criar novos colégios, alterando os estatutos.
Entre os problemas, enuncia designadamente a coexistência da Ordem dos Engenheiros Técnicos ("só faz sentido uma") e aponta a necessidade de uniformizar as regras de licenciamento e procedimentos de projetos. "Não faz sentido variarem em praticamente todos os 308 municípios".