CAP insiste em travar transferência de direções regionais de Agricultura para as CCDR
O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) pressionou o Governo a suspender a transferência das direções regionais da Agricultura para a responsabilidade das CCDR. Esta segunda-feira, após a assinatura do pacto de compromisso para a descida dos preços - e na presença da ministra da Agricultura -, Eduardo Oliveira e Sousa acusou o ministério que tutela o setor de "prejudicar" os agricultores.
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"Este compromisso não se esgota com este pacto", afirmou o líder da CAP no discurso no Palácio Foz, em Lisboa, referindo-se ao acordo rubricado com o Governo e com o setor da distribuição.
Nesse sentido, e sublinhando que o referido pacto "não é um fim em sim mesmo", Oliveira e Sousa desafiou o Executivo a refletir sobre as medidas que o ministério da Agricultura tem vindo a adotar. A CAP, recorde-se, tem um diferendo com a ministra da tutela, Maria do Céu Antunes, tendo já pedido a sua demissão no passado e tem promovido manifestações em vários distritos do país.
Em concreto, o representante dos agricultores pediu que o Governo faça "uma análise às medidas de política que envolvem o ministério da Agricultura, que tanto estão a prejudicar o setor e que, seguramente, se refletirão no assunto que hoje aqui nos traz". A decisão mais prioritária, vincou, é a "imediata suspensão do processo de transferência das direções regionais de Agricultura para a tutela das CCDR, pelo menos até à conclusão do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020".
"Insistir nesse processo é aniquilar o esforço que aqui hoje em conjunto estamos a assumir", argumentou Oliveira e Sousa, aludindo ao pacote do Governo que conferirá um reforço de 140 milhões de euros dos apoios à produção agrícola. Também alegou que a transferência de competências significará "o fim da política de proximidade" no setor.