
Carlos César
NUNO PINTO FERNANDES/ Global Imagens
O presidente do PS convocou para dia 14, em Coimbra, uma reunião da Comissão Nacional, a primeira desde que o executivo foi atingido por casos internos que já forçaram o primeiro-ministro a duas remodelações no Governo.
Assinada por Carlos César, a convocatória para esta Comissão Nacional do PS, à qual a agência Lusa teve acesso, especifica que a intervenção inicial do secretário-geral, António Costa, sobre a análise da situação política, será aberta aos órgãos de comunicação social.
O segundo ponto da reunião é relativo às comemorações dos 50 anos da fundação do PS, que se assinalam em abril próximo e cujo programa é coordenador pelo dirigente socialista José Manuel dos Santos.
A reunião do órgão máximo do PS será a primeira desde que o Governo socialista foi atingido pelos casos que envolveram primeiro o ex-secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Miguel Alves, e mais recentemente a ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis.
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Estes dois casos motivaram as demissões dos dois membros diretamente envolvidos, Miguel Alves, ex-presidente da Câmara de Caminha, e Alexandra Reis, gestora de carreira.
Mas a situação de Alexandra Reis, que recebeu da TAP uma indemnização de meio milhão de euros para sair da administração da empresa, acabou também por provocar a queda do ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, e do seu ministro Pedro Nuno Santos.
A saída de Pedro Nuno Santos do Governo é considerada uma "baixa política" relevante para o Governo e para o PS, já que este antigo líder da JS e da Federação de Aveiro dos socialistas é apontado como um dos potenciais sucessores de António Costa na liderança do PS.
Por outro lado, a oposição tem também exigido ou a demissão, ou esclarecimentos complementares, por parte do ministro das Finanças, Fernando Medina, que tem alegado desconhecer as circunstâncias em que a TAP pagou essa indemnização à sua ex-secretária de Estado.
Em conferência de imprensa, na segunda-feira, após ter anunciado os novos ministros (João Galamba e Marina Gonçalves) que iriam substituir Pedro Nuno Santos como ministro nas pastas das Infraestruturas e da Habitação, António Costa reconheceu que esta sucessão de casos no seu executivo tem afetado o funcionamento interno do Governo.
"Não podemos confundir árvores com as florestas. Temos 38 secretários de Estado e não é por ter havido um ou dois problemas que passámos a possuir um problema com o conjunto dos secretários de Estado", reagiu.
Para o primeiro-ministro, "o que seria grave é se, detetados os problemas, eles não fossem resolvidos, mas felizmente foram".
Ou seja, de acordo com o líder do executivo, "resolvidos os problemas, o Governo prossegue a sua ação e o que é importante neste momento é assegurar a estabilidade das políticas e a continuidade da ação governativa".
