Os factos que voltaram agora a público sobre a compra de uma casa em Lisboa, por Pedro Nuno Santos, já tinham sido investigados pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto e arquivados, na sequência de outra denúncia anónima feita antes das legislativas de 2024, revela o jornal "Expresso".
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O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) anunciou esta semana que abriu uma averiguação preventiva sobre este caso, após ter recebido "denúncias recentes", para perceber se há indícios que levem à abertura de um inquérito-crime, mas, segundo avança o semanário, os mesmo factos foram investigados e arquivados por magistrados do Porto.
Aquele jornal, que cita fonte judicial, afirma que terá havido uma falha de comunicação entre os dois organismos do Ministério Público, não tendo o DCIAP tido conhecimento das diligências realizadas no último ano sobre o financiamento da compra do imóvel em Lisboa.
Divulgação de dados
Na quarta-feira, na sequência da notícia de que Ministério Público abriu uma averiguação preventiva sobre compra de duas casas em Lisboa e em Montemor-o-Novo, Pedro Nuno Santos prometeu publicar os documentos, pediu para ser ouvido pelo Ministério Público e disse que “quem não deve não teme, quem não teme não foge”.
No topo do site da campanha para as legislativas e sob o lema "quem não deve não teme" foram disponibilizados nove documentos sobre este património, assim como notícias e respostas à comunicação social que foram dadas na altura em que este caso veio a público, em 2023.
Usando outra das frases ditas na véspera pelo líder do PS de que “as denúncias são anónimas, mas a verdade é pública”, entre os documentos disponibilizados estão as escrituras das duas casas, contratos de compra e venda, contratos de promessa de compra e venda, notificação da AT sobre o novo IMI da Casa de Montemor-o-Novo, cadernetas prediais ou um contrato de doação de ações da Tecmacal, empresa do pai do líder socialista.
Pedro Nuno Santos afirmou na quarta-feira à noite aos jornalistas que foi com “surpresa que soube pela imprensa” desta questão e disse estranhar a coincidência e o momento da divulgação da notícia.
O líder socialista assegurou que não foge ao escrutínio e que está disponível para o mesmo, ao contrário do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que acusou de não o fazer.
O Ministério Público (MP) abriu uma averiguação preventiva na qual é visado o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, confirmou à Lusa a Procuradoria-Geral da República (PGR). "Na sequência de receção de denúncias e tendo em vista a recolha de elementos, o Ministério Público determinou a abertura de uma averiguação preventiva", referiu fonte oficial da PGR, sem adiantar mais detalhes sobre o caso.
Segundo o jornal "Observador", que avançou a notícia, em causa estão suspeitas relacionadas com a aquisição de um imóvel em Lisboa e outro em Montemor-o-Novo. A averiguação preventiva "corre termos" no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), no qual é investigada a criminalidade económico-financeira mais complexa.