A pandemia da covid-19 levou ao adiamento de quase 80% dos casamentos que estavam programados para este ano. Desta forma, as agendas do setor encheram-se de marcações para os próximos dois anos, confessaram os empresários de diferentes ramos, ao JN, no arranque da BragaNoivos, no Altice Forum Braga, que decorre até ao final do dia de hoje.
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A estilista Andreia Lobato não se queixa de quebras no negócio, mas confessa que 77 clientes adiaram o casamento para os próximos dois anos. Apenas 14 noivas concretizaram a cerimónia em plena pandemia.
Na Quinta de Resela, em Vila Verde, um cenário idêntico. Vão concretizar, este ano, apenas oito dos 48 casamentos agendados. "Foi um ano complicado, não sabíamos como lidar com a situação e o Governo nunca definiu regras concretas para o setor", lamenta Michele Alves, adiantando que há noivos a agendar dupla festa. "Há quem esteja a fazer apenas a cerimónia por civil, com cerca de 30 convidados, e a marcar a festa religiosa para o próximo ano", conta.
Paulo Pereira, da PP Animação, traça boas perspetivas, depois de um ano atípico.
"Fazemos mais de 100 casamentos, habitualmente. Este ano, só chegamos aos 14. Mas já estive na Exponoivos Premium e tive o dobro dos contactos em relação ao último ano", confessa o empresário.
"Muitos noivos estão a adiar para 2022, porque ainda estão apreensivos", nota Júlio Pereira, da Eventpic, um negócio recente, que só se aguentou "pela capacidade financeira e por questões sentimentais".
Michele Alves corrobora que "há muitos casamentos já marcados, mas os noivos continuam apreensivos". No expositor ao lado, da Quinta das Bouças, em Amares, Ana Pimentel assume que "já tem o próximo ano completo" e reservas para 2022.