
António Barbosa deixou cargo no INEM
Leonel de Castro/Global Imagens
O processo de vacinação conheceu alguns casos polémicos, principalmente no arranque do programa.
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Oferta a pastelaria dita saída no INEM
No fim de janeiro, soube-se que o INEM tinha vacinado 11 funcionários de uma pastelaria, no Porto, habitualmente frequentada pelos trabalhadores do Instituto. António Barbosa, diretor regional do INEM no Norte, foi o responsável por autorizar a oferta. Primeiro, colocou o lugar à disposição. Depois, deixou o cargo. Na altura, defendeu-se: "Atendendo ao que está descrito na norma, a alternativa a vacinar cidadãos próximos seria descartar" as vacinas e, "literalmente", deitá-las "ao lixo". O agora ex-diretor vincou que apenas obedeceu aos critérios de "disponibilidade e proximidade" na hora de decidir o destino das vacinas.
Cruz Vermelha leva a mudança na task-force
A vacinação indevida no hospital da Cruz Vermelha Portuguesa, em Lisboa, fez cair um dos principais responsáveis pelo processo de vacinação contra a covid-19 em Portugal: Francisco Ramos. O então coordenador da task force acumulava essa responsabilidade com a presidência da comissão executiva daquela unidade hospitalar. A 2 de fevereiro deste ano, Francisco Ramos demitiu-se da coordenação da task force, depois de terem sido detetadas "irregularidades no processo de seleção de profissionais de saúde" para a vacinação naquele hospital. Foi o próprio ex-coordenador Francisco Ramos quem na altura admitiu não ter condições para manter-se na liderança da task force.
Inquéritos e uma demissão entre os autarcas
Em fevereiro, o Ministério Público abriu três inquéritos a autarcas por vacinação indevida: Carlos Castro, vereador em Lisboa, Isilda Gomes, presidente da Câmara de Portimão, e João Calixto, de Reguengos de Monsaraz. O vereador lisboeta demitiu-se depois de se saber que tinha sido uma das 126 pessoas que receberam sobras da vacinação de lares. Isilda Gomes alegou ter tomado a vacina por ser voluntária no Hospitalar Universitário do Algarve, onde havia doentes com covid-19. Já Calixto fê-lo na condição de presidente do Conselho de Administração de uma fundação que gere um lar fustigado pela pandemia meses antes.
