Detentor da "paternidade" da construção da Auto estrada A 23 para "desencravar a região da Beira Interior", o Partido Socialista implementou o modelo de circulação sem Custos para o Utilizador (Scut).
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Em 2011, em campanha eleitoral para ser reconduzido pelos votos para primeiro ministro, José Sócrates - deputado eleito desde 1987 por Castelo Branco - repetia que fora "obrigado a negociar" com o PSD por este defender portagens nas Scut em todo o país e não só em algumas. Para reduzir os impactos, os socialistas introduziram isenções e descontos.
Sócrates perdeu e caíu por terra a promessa de que "as benesses" para os utilizadores se iriam manter. A direita no governo não revogou o regime de "discriminação positiva" adoptando o princípio da universalidade na cobrança de portagens em auto-estradas, tal como defendia em campanha.
PCP, movimentos de utentes sobretudo, e Bloco de Esquerda, nunca abandonaram o tema, assim como os socialistas que nunca perdoaram à direita política "tamanha manchadada" no interior, com efeitos negativos no tráfego e nas actividades económicas aqui localizadas.
Manuel Frexes, cabeça de lista pela coligação PSD\CDS, foi, enquanto foi presidente da Câmara do Fundão, contra a introdução de portagens. O agora cabeça de lista pela Coligação Portugal à Frente defende "a revisão do sistema", ou seja, explica, "atualmente o estado de emergência das contas públicas está a passar, deveria ser feita uma ligação entre os valores de rendimento per capita das regiões para calcular novas taxas de portagens, no sentido de promover a coesão territoral e social, que é o que inclusivé a União Europeia defende".
Hortense Martins, deputada socialista, levou várias vezes ao Parlamento a questão das portagens na A 23 e o problema da ausência de alternativas. A socialista que encabeça a lista de candidatos do PS às Legislativas de outubro, defende "a reavaliação e revisão" do sistema de cobrança de portagens por ser "atendendo aos princípios que têm a ver com ausência de alternativas e os índices sócio-económicos. É completamente injusto em termos de encargos para o utilizador". A socialista tem lembrado que "este governo, desde que tomou posse, prometeu rever este sistema, e o que fez foi acabar com as isenções e descontos que existiam".