A coordenadora do Bloco de Esquerda disse, esta sexta-feira, que PSD e CDS estão num "desespero perigoso" que "causa instabilidade ao país", pedindo aos partidos da coligação para terem "alguma calma" e compreenderem que Portugal "é uma democracia madura".
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Catarina Martins falava aos jornalistas à entrada para uma sessão realizada num pequeno estúdio na cidade do Entroncamento, onde foi explicar os termos do acordo assinado com o Partido Socialista para a formação de um Governo de esquerda e responder a questões colocadas por cidadãos.
"A direita está absolutamente desesperada e a perder o Norte", disse quando questionada sobre o desafio feito pelo Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, para que o PS aceite fazer uma revisão constitucional extraordinária para que rapidamente possa haver novas eleições legislativas.
Catarina Martins lembrou que PSD e CDS juntos "não elegeram deputados e deputadas suficientes sequer para formarem um Governo na Assembleia da República, quanto mais para fazer uma revisão constitucional".
"Não tem nenhum sentido, é um desespero, mas este desespero é perigoso porque causa mais instabilidade no país quando não devia causar", afirmou, pedindo a PSD e CDS que tenham "alguma calma e compreendam que Portugal é uma democracia madura", que "há 40 anos elege parlamentos", de onde saem os Governos.
Salientando que o que está a acontecer é comum a outras democracias europeias, Catarina Martins afirmou que "criar esta ideia de instabilidade permanente não ajuda em nada o país".
"É uma completa irresponsabilidade. Este é um desespero que é um desespero perigoso e portanto eu sugeria talvez alguma calma e alguma sensatez a PSD e CDS, se me é permitido", disse.
"Já vimos Governos de muitos tipos, não é nenhum drama, é a democracia como ela é", afirmou perante a mais de uma centena de pessoas que a foram ouvir, numa sessão em que explicou as linhas gerais do acordo assinado com o PS, mas também as razões que levaram o partido a avançar com a candidatura de Marisa Matias à Presidência da República.