CDU avisa PS e AD que "guerras de alecrim e manjerona" é contributo para abstenção
O cabeça de lista da CDU às eleições para o Parlamento Europeu avisou, esta quinta-feira, o PS e a AD que "insistirem em guerras de alecrim e manjerona é o melhor contributo que podem dar" para a abstenção.
Corpo do artigo
Em declarações aos jornalistas na Associação Africana, no Seixal, onde teve hoje um encontro com imigrantes em Portugal, João Oliveira foi questionado sobre as trocas de acusações entre os cabeças de lista do PS e da AD sobre imaturidade e irresponsabilidade. "Se tiverem verdadeiramente apostados em que haja uma grande taxa de abstenção, que as pessoas se desinteressem das eleições, de facto insistirem nessas guerras de alecrim e manjerona é o melhor contributo que podem dar", respondeu João Oliveira.
O candidato da CDU garantiu que a coligação vai fazer o contrário e "procurará contrariar a abstenção nas eleições para o Parlamento Europeu discutindo o que está em causa, os aspetos concretos da vida das pessoas". "Portanto, não entraremos nessas guerras de alecrim e manjerona em que o PS e a AD estão entretidos", garantiu.
João Oliveira disse ainda não ficar espantado com estas trocas de acusações entre PS e AD. "Têm responsabilidades tão pesadas às suas costas, pelas decisões que têm tomado no Parlamento Europeu contra os interesses do povo e do país, que não me espanta que queiram desviar a campanha eleitoral para questões secundárias", afirmou.
CDU acusa IL de defender políticas para saber "onde estão imigrantes a cada momento"
O cabeça de lista da CDU às europeias acusou a IL de defender a recolha de dados biométricos de imigrantes, permitindo saber "onde é que estão em cada momento", considerando ser "uma forma esquisita de defender liberdades".
Em declarações aos jornalistas na Associação Africana do Barreiro, em Setúbal, onde organizou um encontro com imigrantes, João Oliveira considerou que o Pacto para as Migrações e Asilo é um" exemplo flagrante das conceções desumanizadoras e utilitaristas da vida humana que neste momento orientam a União Europeia (UE) em matéria de migrações".
Salientando que "há aspetos daquele pacto que são verdadeiramente cruéis", João Oliveira disse ter-se ficado a saber, no debate na RTP com todos os candidatos, que a Iniciativa Liberal valoriza, nesse pacto, a possibilidade de "recolha de dados biométricos e do controlo do movimento das pessoas para saber onde é que está em cada momento cada um dos imigrantes". "Convenhamos que, para quem se arroga como defensor das liberdades, é uma forma esquisita esta de defender as liberdades", afirmou.
João Oliveira criticou também os mecanismos do pacto que preveem a retenção das crianças e a "possibilidade de deportação de requerentes de asilo para os seus países de origem, mesmo quando essa deportação pode incluir riscos para a sua vida".
Questionado se a CDU defende a revogação do Pacto para as Migrações e Asilo, o candidato respondeu que a política de migrações tem de passar pela substituição do que ficou consagrado no pacto. "É preciso outro tipo de conceções e de articulação do ponto de vista da política externa dos Estados-membros da UE com outros países, para que essas relações se estabeleçam numa base de cooperação e de solidariedade", defendeu.
Em Portugal, as eleições europeias realizam-se em 9 de junho e serão disputadas por 17 partidos e coligações: AD, PS, Chega, IL, BE, CDU, Livre, PAN, ADN, MAS, Ergue-te, Nova Direita, Volt Portugal, RIR, Nós Cidadãos, MPT e PTP. Serão eleitos 21 deputados.