Elisa Ferreira, comissária europeia para a coesão e reformas, afirmou, esta terça-feira à tarde, que a união entre todos os Estados da União Europeia deve ser a resposta para a pandemia, para as crises e para os efeitos da agressão russa à Ucrânia. "Ou remamos juntos ou afundamo-nos todos", alertou, durante a celebração do Dia da Europa, em Leiria.
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Defensora da ideia de que "há sempre espaço para melhorar", Elisa Ferreira afirmou que não se pode ignorar a "angústia com a subida dos preços de bens essenciais" e com a falta de "empregos dignos para jovens".
"Nem a apreensão de quem vê o definhamento do território onde os jovens querem viver, devido ao esvaziamento dos serviços públicos, ou o retrocesso civilizacional se as novas gerações tiverem níveis de bem-estar inferiores às que as antecederam", acrescentou.
Convicta de que "os próximos anos serão difíceis", a comissária europeia apontou como "grandes desafios" definir o nosso lugar no mundo, as alterações climáticas, a quarta vaga industrial e garantir a competitividade das empresas e a coesão económica e social.
"O ambiente de policrise é propício a crises e ruturas se não soubermos estar à altura", avisou Elisa Ferreira. "Mas estes desafios também são fatores de agregação. Ou remamos juntos ou afundamo-nos todos."
A comissária europeia apontou o exemplo de Jean Monnet [arquiteto do projeto de integração europeia] que se considerava "determinado" perante os problemas. "O meu apelo é que é consigamos encontrar respostas adequadas aos desafios que vão surgindo e que nos permita avançar como um todo, mantendo a união."
"Aceitemos que a Europa será sempre desesperante e motivo de esperança", afirmou Elisa Ferreira. "Fazemos o caminho caminhando", acrescentou. "A Europa não está terminada, vai-se construindo em resposta a crises e a desafios."
Elisa Ferreira invocou ainda a Declaração Schuman [propôs a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, que deu origem à União Europeia] por ter nascido numa "lógica de ambição, pragmatismo e evolução".
Recordou também que a paz foi o objetivo fundador do Dia da Europa e defendeu que "a garantia da integridade territorial da Ucrânia continua a ser o nosso objetivo enquanto europeus".