Despedidas de casado à imagem de despedidas de solteiro não são nada comuns por cá (haverá festejos e brindes à porta fechada em algumas casas). Há tanto a acontecer: uma história que termina, planos desfeitos, emoções à flor da pele. A catarse ou a negação da perda?
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Quando um casamento termina, há uma história construída a dois que acaba, há sentimentos para digerir, há feridas para fechar, há um passado para arrumar e um futuro para viver. São momentos complexos, densos e intensos, a transbordar de emoções. Cada história é uma história. Cada separação é uma separação. Cada pessoa é uma pessoa e suas circunstâncias, maneiras diversas de agir e reagir. A vontade de celebrar o fim de um amor tem razões que a razão pode ter dificuldade em entender. Por vezes, o que se sente por dentro não bate certo com o que se vê por fora. O que parece nem sempre é.
Uma separação é, por norma, uma situação delicada com muita coisa para lidar. Interrompem-se planos, refazem-se sonhos, quebram-se percursos e objetivos traçados a dois. Há uma linha que se corta. Duas vidas que se separam. Se as festas de despedida de solteiro são habituais, festejar um divórcio da mesma forma não é comum - será um nicho tão residual que a procura é incipiente e a oferta praticamente desapareceu em termos comerciais. As poucas empresas que organizavam despedidas de casados, no nosso país, deixaram de ter esse serviço. À porta fechada, será outra história. Por vezes, com brindes e lágrimas de alegria. Por vezes, com dor e lágrimas de choro. Por vezes, com tudo isso misturado. Com ou sem festa. Mais introspetivo ou mais extrovertido. É sempre um tempo que custa.