Centenas "fogem" para a beira rio para evitar "sobrelotação" do Parque Eduardo VII
Mais de uma centena de peregrinos foram ao Festival da Juventude no Terreiro do Paço para assistir, esta quinta-feira à tarde, à cerimónia de acolhimento no Parque Eduardo VII através dos dois grandes ecrãs montados no palco, de costas para o rio Tejo. Quiseram fugir à confusão.
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Havia poucos portugueses na praça, apenas uma ou outra bandeira, embora houvesse uma da monarquia. Nicolas e François, dois jovens franceses que apenas quiseram ser assim identificados, foram à praça à procura de uma experiência multicultural.
"Aqui vê-se uma mistura de todos os países”, disseram, mas a maior surpresa foi mesmo o preço dos cigarros: “muito mais baratos do que em França”. Já Youssef Akram e Samoil Hany, do Egipto, optaram por assistir ao evento a partir do Terreiro do Paço por conveniência, a contarem que terá uma menor afluência do que o Parque Eduardo VII, onde esteve o Papa, e pela proximidade de uma igreja que queriam visitar mais tarde.
Febin Rebello, de 30 anos, viajou desde a Índia para estar na Jornada Mundial da Juventude e decidiu assistir à cerimónia de acolhimento na Praça do Comércio porque o Parque Eduardo VII estava “altamente sobrelotado”.
Já a nível do comércio, tanto no quiosque de gelados à beira Tejo, como nos restaurantes envolventes da Praça, a perceção geral é de que a afluência de peregrinos não está a ter grande retorno em termos de receitas.
“Muita parra, pouca uva”, diz Sílvia Rodrigues, vendedora de gelados, apesar de estar entusiasmada com a juventude “alegre, bem-disposta e, sobretudo, divertida”. Quanto ao negócio, espera que “amanhã seja melhor”. Outra comerciante num restaurante da Praça do Comércio corrobora: “os jovens não têm muito poder de compra”.
Pessoas de todas as nacionalidades começaram a encher a Praça do Comércio muito antes do início da cerimónia, mas franceses e espanhóis eram os mais presentes. Apesar do vento forte que se fez sentir pelas 16 horas, os participantes mantiveram-se animados, sobretudo os peregrinos, que fizeram uma grande “rodinha” à volta da estátua equestre de D. João IV, enquanto cantavam e dançavam. Quase todos de telemóveis na mão, a gravar e a tirar fotos do momento.
Da estação do metro do Terreiro do Paço saíam muitas pessoas para se juntar aos demais. Mas curiosamente poucos recorriam aos degraus, “atropelando-se” nas escadas rolantes.
O discurso do Papa, transmitido em dois ecrãs, um de cada lado do palco, teve início por volta das 18.20 horas. Por essa altura chegaram ainda mais pessoas. Contudo, o local não estava cheio ao ponto de “transbordar”: era possível andar livremente.
Quando o Papa Francisco deu início às orações, as pessoas sentaram-se, escutaram e mantiveram-se, na generalidade, atentas e em silêncio. Houve somente uma ou outra pessoa a bater palmas, mas não foram acompanhadas pelo resto da audiência.