Há mais alunos do que no ano passado, mas menos do que antes da pandemia. Explicação pode estar nas regras.
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Com o aproximar das datas dos exames nacionais do Secundário, que começam hoje, há uma corrida aos centros de explicações. A pandemia não alterou essa realidade. No entanto, a procura continua a ser inferior àquela que existia até 2019, pré-covid. O facto de os alunos, atualmente, só terem que fazer exame às disciplinas que vão usar como prova de ingresso no acesso ao Ensino Superior parece ser um dos principais motivos para o decréscimo.
"Desde há um mês, notámos, como sempre, um aumento da procura por explicações para preparação de exame. Mas o número de alunos continua inferior ao que tínhamos, por esta altura, nos anos anteriores à pandemia", confirma ao JN Márcia Pereira, proprietária do Caderno Diário, em Santo Tirso. O facto de as notas "terem sido inflacionadas, ao longo do ano" faz com que, em seu entender, os alunos se sintam mais confiantes. Por outro lado, "os que vão para a universidade só fazem um exame e os que não vão nem um têm que fazer". "Isso diminui, automaticamente, a procura", sublinha.
José Carlos Ramos, diretor de "franchising" da Explicolândia, que conta com 10 unidades (oito físicas, uma online e uma de apoio ao domicílio), também reitera que a procura "está abaixo dos valores pré-pandemia". Mesmo assim, em junho, os centros Explicolândia sentiram "um acréscimo de 20% no número de alunos para preparação de exame, em relação ao mesmo mês de anos anteriores". Com uma particularidade, que José Carlos ressalva: "Notamos uma alteração no perfil dos alunos, com uma maior procura por parte de alunos do ensino profissional e por parte de candidatos ao concurso para maiores de 23 anos".
No caso dos Ginásios de Educação Da Vinci, com mais de 40 unidades no país, não foi notada, contudo, uma diminuição do número de alunos que procuram ajuda para os exames nacionais, quer presencial, quer online. Sandra Romão, diretora-geral, diz que, "em relação à oferta de explicações online, a marca até sentiu "18% a 20% de crescimento, em relação ao ano passado" e que conseguiu "chegar a locais onde não está fisicamente, como Bragança ou Chaves".
"No presencial, não houve flutuação, até porque aconselhamos a que a preparação para exames comece logo em setembro e que não nos apareçam três dias antes das provas", explica.
Mais de 22 mil inscreveram-se em "melhorias"
Os alunos voltam a só fazer exames para ingresso no Ensino Superior e não para conclusão do Secundário, mas há uma mudança que foi imposta pelo Parlamento: a possibilidade de fazerem melhorias de nota. Inscreveram-se 22 226, especialmente em Biologia e Geologia (7681), Física e Química (5755) ou Economia A (1699), que dão acesso a cursos mais concorridos.
As melhorias vão contar apenas para a média de ingresso no Superior e vão substituir as notas atribuídas pelas escolas se a classificação da prova for superior. Recorde-se que o diploma, aprovado por todas as bancadas à exceção do PS, entrou em vigor no dia 27 de maio e o prazo definido pelos deputados deu aos alunos só até 31 de maio para se inscreverem.