Na impossibilidade de ser alterada a lei eleitoral para que sejam impostas soluções, partido de André Ventura propõe "recomendação" para votos desencontrados.
Corpo do artigo
"Para o Chega, o que devia ser feito era criar um circuito próprio para as pessoas em isolamento poderem votar, semelhante ao que se faz noutras situações, e até em debates entre candidatos. Registamos que é logisticamente impossível haver um circuito em cada escola", lamentou o presidente do Chega, à saída da reunião, esta segunda-feira de manhã, com a ministra da Administração Interna.
Os partidos propõem hoje as suas soluções ao Governo e o Chega sugeriu, então, que "quem está em isolamento vá votar a certa hora, ou duas", de forma a não haver concentração de possíveis infetados com os restantes eleitores. Admitindo que "a lei eleitoral não pode ser alterada", tal marcação de horário não passará de "uma recomendação, não pode ser imposta".
O Chega sugeriu, ainda, que "seja feito um reforço da votação antecipada, no dia 23, com mais espaços onde seja possível votar", e que tal seja "explicado numa campanha forte que explique às pessoas esse mecanismo". Ventura estima que, dessa forma, seria possível obter um milhão de votos antecipados.
O número de dias de isolamento também podia ser diminuído para cinco, propôs Ventura, "à semelhança do que acontece noutros países e também na Madeira e nos Açores, mas dizem que decisão é da DGS e portanto cabe à DGS decidir".
Apesar da divergência entre o número de isolados estimados por Ventura (meio milhão) e o Governo ("admite que serão menos do que o calculado, perto de 200 mil), o líder do Chega assegurou que a falta de planeamento eleitoral para estes casos "não será arma de arremesso político, porque interessa a todos que sejam eleições democráticas e muito participadas".