CIP diz que greve não parou fábricas. Comissões da Autoeuropa avançam o contrário

Adesão varia entre 70 e 80% na fábrica da Autoeuropa e outras empresas do Parque Industrial de Palmela
Foto: Arquivo
A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) avançou, durante a tarde da greve geral, que não havia empresas paradas no país, informação contrariada pelas centrais sindicais ou pelas comissões de trabalhadores da Autoeuropa e Parque Industrial de Palmela.
Enquanto a CIP afirmava que teve confirmação "junto de empresas e de associações dos diversos setores de atividade económica que representa que, esta quinta-feira, não há empresas paradas no país", na Autoeuropa, a comissão de trabalhadores avançava o encerramento da produção com 70% de adesão à greve. No Parque Industrial de Palmela, empresas como Forvia, SMP, Benteller ou Teijn, fecharam a produção com a adesão dos trabalhadores à greve entre os 80 e 90%.
De acordo com Daniel Bernardino, coordenador das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial de Palmela, houve casos em que "empresas com 300 trabalhadores só tiveram dois nas instalações nos dois primeiros turnos". Rogério Nogueira, da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, explicou que nos três turnos, "houve uma paralisação total da produção". Questionado sobre se a empresa tentou aplicar um "downday", uma medida para parar a produção sem prejuízo aos trabalhadores, o coordenador da Comissão de Trabalhadores avança que "houve uma tentativa para tal, mas que não se chegou a efetivar. A adesão à greve é a única resposta dos trabalhadores à ofensiva do Governo ao Código do Trabalho".
No ponto de vista da CIP e de acordo com contactos feitos com os setores da grande distribuição, do têxtil, do calçado, da agroindústria, da indústria farmacêutica e da hospitalização privada, indústria química, indústrias extrativas e centros comerciais, entre outros, "economia real está a funcionar em todo o país". De acordo Armindo Monteiro, presidente da CIP, em comunicado, "o balanço do dia é, em todo a máquina económica e empresarial do país, de normalidade".
No mesmo comunicado da CIP, a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel falava de um impacto direto na ordem dos 5%, mas nas empresas do Parque Industrial de Palmela, que fabricam componentes para a Autoeuropa, as comissões de trabalhadores avançaram com a paralisação total da produção em todas as fábricas. Daniel Bernardino, coordenador refletia que "a adesão à greve não é prática comum destes trabalhadores, mas não puderam ficar indiferentes à ofensiva do Governo aos direitos do trabalho e por isso aderiram massivamente".

