Novo edifício do S. João continua a receber serviços. Seguem-se Neonatologia e a Unidade de Queimados.
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Passo a passo, a nova Ala Pediátrica do Hospital de S. João, no Porto, vai ficando apetrechada. Na quarta-feira, foi a vez de o serviço de Oncologia se transferir para o moderno edifício. Na véspera, o mesmo tinha sucedido com serviço de Cirurgia. Em breve, as instalações acolherão Neonatologia e uma Unidade de Queimados, a primeira criada de raiz em Portugal.
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José Santos é pai e acompanha Bianca Santos, com 10 anos e de momento no serviço de Cirurgia. José Santos e a filha fizeram a transição entre as antigas e as estruturas agora estreadas. "As melhorias são muitas. Foi tudo repentino, mas é bastante melhor. Os tratamentos são outros. A ambientação custou um pouco, mas com o tempo vai tudo ao sítio", afirma, otimista na recuperação da filhota. Em concreto, sobre o que mudou, deu três exemplos: "Tínhamos de sair do quarto para tomar banho, agora escusamos de sair. Há rádios no quarto para comunicarmos com as enfermeiras e elas podem comunicar cá para dentro. A nível da climatização, o aquecimento é muito melhor".
Na cama, mas sorridente, Bianca segue a conversa atentamente. Confiante como o pai, diz, meio a brincar meio a sério, que por ser tudo novo até poderá ajudar a "recuperar mais rápido".
Mais privacidade
Cristina Correia está um piso abaixo. Dá força e carinho à filha Matilde, de 10 anos e que passeia pelos corredores com uma camisola do F. C. Porto, que veste com orgulho e dá azo a pequenas picardias que só servem para animar a criança.
Enquanto a Matilde se entretém a fazer uma árvore de Natal em cartão, a mãe dá nota das melhorias encontradas. Também entrou na transferência do antigo para o atual equipamento, pois a filha está internada desde outubro.
"No Joãozinho, também tínhamos boas condições. Agora viemos para um novo hospital, com um quarto só para nós. Por vezes vem o pai substituir-me, mas passamos aqui o tempo todo. Pais e crianças têm mais privacidade. Do outro lado [antigas instalações] havia muita entreajuda, aqui acabamos por estar mais isolados. Mas, em resumo, diria que se reúnem condições e profissionais de excelência, num hospital que é de excelência", comenta.
"Grande vitória"
A diretora clínica do Hospital de S. João, Maria João Baptista, fala "numa grande vitória para as crianças do país, para o Serviço Nacional de Saúde e para toda a comunidade hospitalar".
Dá conta das primeiras crianças transferidas na semana passada, assim como da evolução mais recente relativa aos serviços de Cirurgia e de Oncologia. "Durante os próximos dias, vamos continuar este processo, transferindo as crianças e as áreas de trabalho", adianta. "Em breve passaremos para aqui o serviço de Neonatologia, com os cuidados intensivos e intermédios. Vamos ter um conceito arrojado para permitir que os pais fiquem e cuidem, naqueles casos em que os bebés tenham que passar cá mais tempo", promete.
Igualmente a Unidade de Queimados merece destaque. "Será a primeira unidade de Portugal criada de raiz, com bloco incluído e circuitos específicos", realça.
Em maré de mudanças, o enfermeiro-chefe Francisco Mendes também salienta as vantagens: "Antes, a estrutura no exterior obrigava as crianças a deslocarem-se de ambulância sempre que havia necessidade de um exame ou de uma cirurgia, com todos os transtornos inerentes. Felizmente, ao fim de 10 ou 11 anos de afastamento físico, isso terminou. Agora, todos os quartos têm casa de banho. Deu-se um salto qualitativo no conforto dos doentes e nas condições de trabalho".