Os bombeiros que sofreram ferimentos na coluna e num braço, esta terça-feira, na sequência de um despiste em Baião já foram operados e as cirurgias "correram bem". A garantia foi dada pelo ministro da Administração Interna, que revelou que, a partir desta quarta-feira, as forças de patrulhamento da GNR são reforçadas.
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No despiste, que ocorreu quando os operacionais se deslocavam para o combate às chamas em Baião, ficaram feridos cinco bombeiros. Esta quarta-feira, José Luís Carneiro referiu que as operações cirúrgicas a dois destes elementos “correram bem”, um ponto de situação que lhe foi passado durante a manhã pelo presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vila Meã e pelo diretor do Hospital Padre Américo, em Penafiel.
Os dois bombeiros que foram operados à coluna e a um braço durante a noite estão fora de perigo, sublinhou o governante, acrescentando que faz intenções de visitá-los naquela unidade hospitalar assim que possível, mostrando-se solidário com os Bombeiros Voluntários de Vila Meã.
“Felizmente, [o acidente] teve um desfecho que poupou as vidas daqueles bombeiros que estavam no exercício da sua atividade. E, se todos nós queremos poupar vidas e o património, temos de evitar as ignições e os incêndios” resumiu.
O ferido ligeiro já teve alta, assim como o chefe de equipa que saiu ileso do sinistro. No entanto, permanecem internados três operacionais, incluindo o condutor da viatura que foi operado à coluna. Um dos operacionais tem costelas partidas e encontra-se em repouso, enquanto o quinto bombeiro tem pneumotórax (dificuldades respiratórias e dor torácica) e aguarda-se pela sua recuperação. É o caso mais preocupante neste momento.
Mais de seis mil militares da GNR a prevenir fogos rurais nos próximos dias
Nos próximos dias, estarão no terreno mais de seis mil militares da GNR para a prevenção de incêndios florestais. José Luís Carneiro avançou, que a capacidade das forças de patrulhamento da GNR no terreno foram reforçadas em 30%, em linha com as recomendações lançadas, depois de uma avaliação do risco de incêndio com o aumento das temperaturas durante esta semana. Em algumas regiões do país, os termómetros vão chegarem aos 45.ºC.
Segundo o governante, são "mais de 5 200 militares no terreno a garantir a vigilância de todas as atitudes e comportamentos relativamente aos incêndios florestais”, aos quais se acrescentam ainda os 920 elementos que já estavam mobilizados nos 230 postos de vigília fixos espalhados por todo o território nacional, revelou em declarações aos jornalistas, numa visita ao Comando-Geral da Guarda Nacional Republicana, em Lisboa. Uma decisão que foi tomada ainda na terça-feira, devido ao agravamento do calor e o aumento do risco de incêndio, referiu.
“Este esforço que entrou hoje no terreno de reforço da vigilância de atitudes e comportamentos que colocam em causa e em risco a vida das pessoas e o património de todos nós vai intensificar-se”, assegurou o ministro, acrescentando que - nesta resposta conjunta de todas as forças de segurança -, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEP) avançou também com um reforço das equipas de bombeiros.
Pelas contas do governante, nestes próximos três dias mais críticos estarão mais de 6 mil elementos da GNR no terreno. Um plano de reforço que deixou, na manhã de quarta-feira, num “briefing”, a porta fechada, de cerca de uma hora aos militares numa sala de operações do comando em Lisboa, acompanhado pela secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar.
Reforço para 2 300 pratrulhas da GNR
Em declarações aos jornalistas, o tenente-coronel Vaz Alves, diretor do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR, acrescentou que, nos próximos três dias, vão estar no terreno "cerca de 2 300 patrulhas só da GNR". Em situação de menor risco, há, em média, apenas "268 patrulhas diárias", apontou. As ações de apoio e vigilância levadas a cabo pelos militares da GNR contam ainda com elementos dos sapadores florestais, meios das Forças Armadas (nomeadamente meios aéreos da Força Aérea) e até das autarquias.
O diretor do SEPNA explicou ainda que os 230 pontos de vigília fixos abragem 73% da vigilância de todo o território nacional e as 143 câmaras de vigilância instaladas 62%. O responsável aproveitou a ocasião para apelar às população o cumprimento de medidas de prevenção, tais como a proibição do uso do fogo para a confeção de alimentos e fogueiras em todo o espaço rural.
José Luís Carneiro escusou-se de responder se os elementos que sintam que os veículos de operações não estão em condições para seguir em missão possam recusar fazê-lo. Essa é uma dúvida que surgiu com os acidentes que têm ocorrido nos últimos dias.
Segundo o ministro, este ano já foram identificados 803 suspeitos de fogo posto, casos estes que se encontram em fase de inquérito e investigação. Desde maio, a GNR deteve 57 incendiários. Já a Polícia Judiciária procedeu, nos últimos três meses, à detenção de 33 suspeitos de ações de incendiarismo.