Climáximo invade sede da Galp e coloca 284 cruzes por "massacre" com a onda de calor
A organização ambientalista Climáximo colocou 284 cruzes na sede da Galp, esta quarta-feira, "em memória das vítimas da onda de calor" e para denunciar a empresa petrolífera a quem acusa de "um massacre".
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Em comunicado, os ativistas afirmam-se "de luto e em luta" porque "os combustíveis fósseis são a principal causa da crise climática, que provocou esta onda de calor mortífera. As petrolíferas são culpadas".
"A onda de calor que sufocou o país, bem como vários outros países da Europa, não foi uma mera anomalia meteorológica. Em Portugal, a Direção Geral da Saúde estimou que tenham morrido mais 284 pessoas do que o esperado - portanto, a somar ao número já esperado face às temperaturas elevadas. Estas pessoas não são apenas estatísticas: são avós, pais, amigos, vizinhos, membros de comunidade", afirma a porta-voz da ação, Anne Morrison, de 70 anos.
O grupo aponta que "este massacre não aconteceu apenas em Portugal. Estima-se que o calor extremo tenha matado 2300 pessoas em 12 cidades diferentes da Europa".
"A Galp sabe perfeitamente que os seus negócios de combustíveis fósseis provocam a morte de centenas e milhares de pessoas, o aquecimento global e a destruição planetária. No entanto, lucra milhões para o bolso dos acionistas e, em plena década crucial para a ação climática, abre novos poços de petróleo (como o caso da exploração na Namíbia). Nós não lhes pedimos nem reivindicamos nada: eles declararam guerra às pessoas e ao planeta e se não forem travados continuarão a lucrar à nossa custa. O nosso apelo é à sociedade portuguesa: não podemos consentir com esta injustiça profunda. Eles estão a destruir o nosso futuro, o futuro dos nossos filhos e dos nossos netos. Temos de lutar por uma sociedade justa num planeta habitável, juntos", afirmou a ativista Anne Morrison.