Dos 617 acreditados, só 353 estão associados a centros de investigação com classificação de muito bom. Estudo estima que 16 instituições, cinco públicas, perderiam estatuto de universidade.
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Se fossem aplicadas, agora, as novas regras para a acreditação de doutoramentos, o país assistiria a uma limpeza na oferta. Isto, porque dos 617 cursos acreditados, cerca de 43% não estão associados a unidades de investigação com classificação de, pelo menos, muito bom. Esse critério é obrigatório para ministrar doutoramento. Consequentemente e porque a lei determina que o estatuto de universidade depende de ter-se, pelo menos, três doutoramentos em áreas de investigação distintas, 16 instituições universitárias, cinco das quais públicas, deixariam de cumprir os critérios. Já nove politécnicos poderiam passar a conferir o grau de doutor.
A estimativa é avançada por investigadores do Centro de Investigação de Política do Ensino Superior, numa análise pedida pelo presidente da comissão que está a avaliar o Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES). De acordo com a simulação feita por Cláudia S. Sarrico e Pedro Luís Silva, a oferta no privado restringir-se-ia às universidades Católica e Europeia. E instituições como a Universidade do Porto perderiam 40% dos seus doutoramentos. Já a Universidade de Lisboa via perto de 10% da oferta desaparecer.