O superintendente chefe da PSP, Manuel Augusto Magina da Silva, adiantou, esta segunda-feira, que o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) será reforçado com, pelo menos, mais 2800 agentes de fora da região para integrarem a equipa de segurança da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa, durante a semana de 1 a 6 de agosto.
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"Grosso modo, 2800 polícias reforçarão o Comando de Lisboa para além da capacidade operacional", revelou Magina da Silva, em declarações aos jornalistas, durante a visita à sede do Comité Organizador Local (COL) da JMJ em Lisboa, onde foi recebido pelo presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 e Bispo Auxiliar de Lisboa, Américo Aguiar.
Segundo o diretor nacional da PSP, o Cometlis conta com cerca de sete mil agentes efetivos e, assim, na semana em que decorre o encontro mundial, de 1 a 6 de agosto, integrará 10 mil agentes para assegurar o plano de segurança da JMJ. Magina da Silva garante que a equipa será suficiente para garantir a segurança dos 1,5 milhões peregrinos vindos de todo o mundo esperados na cidade, sendo que o número não contempla agentes da Unidade Especial de Polícia (UEP).
Quanto ao alojamento, alimentação e transportes dos polícias que virão de fora para a capital, Magina da Silva salvaguardou que, em conjunto com o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), Paulo Vizeu Pinheiro, e o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, irá "assegurar as condições logísticas adequadas e possíveis".
Questionado se a PSP está a cooperar com a polícia Internacional para traçar o plano de segurança da jornada, Augusto Magina da Silva revelou que a força de segurança já teve encontros com a polícia espanhola sobre a jornada que decorreu em Madrid, em 2011, "para ver as lições aprendidas e onde se pode evitar problemas", mas recordou que essa coordenação será garantida pelo secretário-geral do SSI.
A PSP espera contar ainda com polícias de vários países, inclusive na componente da Interpol e Europol, "para prestar todo o apoio que for necessário, ao nível das informações e avaliações de risco", adiantou.
Em agosto são esperadas milhares de pessoas em Lisboa para participarem no evento que contará com a visita do Papa Francisco, entre os dias 2 e 6. Magina da Silva adiantou que durante o período do encontro as fronteiras terrestres e aéreas do país vão continuar abertas, mas o controlo fronteiriço pode ser reposto independentemente da origem das pessoas que entrem em Portugal. "As fronteiras vão continuar abertas. No entanto, penso que será a opção do Estado português comunicar à União Europeia que efetivamente, nesse período, será reposto a possibilidade do controlo fronteiriço".
O diretor nacional da PSP reconheceu que a jornada terá um grande impactos na mobilidade de todos as pessoas que vão estar na cidade, mas garante que o plano de mobilidade, apresentado no início de abril e que ainda está a ser elaborado, prevê soluções para os contornar. "Temos dado os nossos contributos, as dificuldades que se põem vão ser ao nível da circulação dos meios de transporte, nomeadamente de autocarros e também os fluxos de pessoas até aos locais dos eventos, mas já temos soluções para isso tudo", afirmou.
Quanto ao impedimento que a PSP estabeleceu de que nenhum operacional pode gozar dias de descanso durante o período de 24 de julho e 7 de agosto, Magina da Silva sublinhou que "ninguém na PSP vai usar férias nesses períodos", salvaguardado que os agentes serão compensados. O responsável reconhece que a medida é "impopular", mas necessária para "garantir que o Cometlis vai estar na máxima capacidade operacional e com todos os recursos de que precisa".
À margem da visita, questionado pelos jornalistas sobre os protestos que as forças de segurança têm previstos para a semana do encontro mundial, Augusto Magina da Silva apontou que "todos os polícias da PSP, independentemente do grau de satisfação ou insatisfação profissional, saberão e percebem a dimensão do desafio que temos em mãos", garantido que vão responder a este grande desafio que é a jornada mundial.
Marinha vai apoiar na logística e segurança
Durante a tarde o bispo Américo Aguiar recebeu também o almirante Gouveia e Melo. Em declarações aos jornalistas, o chefe de Estado Maior da Armada revelou que a Marinha vai prestar apoio logístico e de segurança ao evento, sem avançar mais informações.
Quanto à formação em liderança e trabalho que escola de fuzileiros está a dar a 160 chefes das equipas dos voluntários da JMJ, Gouveia e Melo afirmou que essa colaboração passa por transmitir "a experiência, capacidade logística e de organização para as pessoas que vão ter de reproduzir isso junto à juventude".
"Um milhão de pessoas, além daqueles que é costume vão provocar constrangimentos. Vamos tentar diminuir os constrangimentos, fazer sinergias com as Forças Armadas e forças de segurança e com todos com responsabilidades no território", sublinhou Américo Aguiar.