Será a visita mais longa de um Papa a Portugal e uma das maiores estadias, no mesmo país, já feita pelo Papa Francisco. A presença do líder da Igreja Católica na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e no Santuário de Fátima já era esperada, mas o anúncio feito esta segunda-feira pela Santa Sé superou as melhores expectativas da Fundação JMJ e da Igreja.
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Em Portugal, o anúncio da visita - que irá decorrer de 2 a 6 de agosto - foi feito pela presidência da República, a quem cabe confirmar e anunciar a visita de chefes de Estados estrangeiros.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu que este é um "momento único na nossa vida coletiva", assinalando o "caráter singular da realização da Jornada Mundial da Juventude no nosso país". Esta é a segunda deslocação do Papa Francisco a Portugal, depois de, em 2017, ter estado no 13 de maio, em Fátima, no âmbito do centenário das aparições onde canonizou os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto.
O cardeal patriarca de Lisboa foi dos primeiros a reagir à notícia, frisando que é um sonho que "está prestes a cumprir-se". "Para trás ficam muitos encontros, muitos desejos e interrogações, muito trabalho feito ao longo de anos. A formalização da data de chegada a Portugal do Papa Francisco e da sua partida são a confirmação da vontade expressa de que, o sucessor de Pedro se quer encontrar, mais uma vez, com os jovens do mundo inteiro", referiu D. Manuel Clemente.
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Momento de renovação
Em comunicado, a organização da Jornada confirma que "a visita de cinco dias do Papa Francisco a Portugal constitui a mais longa estadia alguma vez realizada por um Sumo Pontífice ao nosso País" e manifesta "imensa alegria" pela sua vinda.
Os bispos católicos assinalam que estes mais de quatro anos, "em grande parte vividos em pandemia, culminarão na primeira semana de agosto em Lisboa com a presença de centenas de milhares de jovens vindos de todo o mundo, em celebrações presididas pelo Santo Padre".
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) deseja que a presença do Papa "seja um forte momento de renovação e graça para a Igreja em Portugal, especialmente para os jovens, chamados por Cristo Vivo a serem autênticos evangelizadores numa Igreja sinodal e sempre em missão".
A pouco mais de dois meses do início da JMJ, a agenda do encontro - que prevê reunir cerca de um milhão de jovens de todo o mundo - vai ficando concluída. Também avançam as obras, sobretudo nos municípios de Lisboa e Loures, depois das polémicas sobre os preços e as infraestruturas.
Hoje, o primeiro-ministro, juntamente com D. Américo Aguiar, o bispo responsável pela JMJ, esteve na frente ribeirinha para fazer o ponto de situação das obras. "A JMJ constitui uma oportunidade para pagar uma dívida com 30 anos a Loures, entregando-lhe uma frente ribeirinha", disse António Costa, destacando que a jornada vai constituir também "a grande oportunidade de pagar a grande dívida que a cidade de Lisboa, que a área metropolitana, que o país tem para com o concelho de Loures", retirando dali o terminal de contentores da Bobadela.
Ida a Fátima
O Papa Francisco deverá estar cinco horas no santuário Mariano, no sábado, dia 5 de agosto. D. José Ornelas, bispo de Leiria-Fátima referiu que o Papa lhe disse pessoalmente que vem "a Fátima rezar". "Disse-me que já é tradição na JMJ que o Santo Padre vá rezar num santuário dedicado a Nossa Senhora", afirmou. O Papa estará de manhã na Cova da Iria e, ao fim do dia, já estará em Lisboa para participar na Vigília para Jovens. A agenda de Francisco em Fátima ainda não estará fechada, mas tudo indica que deverá celebrar uma missa.
Agenda
2 de agosto
Papa chega a Portugal.
3 de agosto
Cerimónia de acolhimento aos peregrinos no Parque Eduardo VII.
4 de agosto
Via Sacra, a decorrer no Parque Eduardo VII, presidida pelo Papa Francisco.
5 de agosto
De manhã, o Papa estará em Fátima e ao final da tarde no Parque Tejo para a Vigília dos jovens.
6 de agosto
No domingo de manhã decorrerá a missa final no Parque Tejo. À tarde, o Papa irá encontrar-se com os milhares de participantes voluntários na JMJ, antes de regressar ao Vaticano.