<p>Arrancou ontem, segunda-feira, a vacinação contra a gripe A para o grupo que inclui as crianças com menos de 12 anos. É mais uma antecipação ao planeado, permitida pela recusa de alguns utentes prioritários e por só ser preciso uma dose por pessoa, e não duas.</p>
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Com os grupos prioritários a não exercerem o seu direito a imunização nas primeiras fases delineadas pelo Ministério da Saúde, avançou ontem a vacinação contra a gripe A para toda a infância até aos 12 anos. Esta é uma faixa da população incluída no grupo C das prioridades e que avança já para a imunização por haver doses disponíveis, justificou a ministra da Saúde. Nesse grupo C mantêm-se para Janeiro os doentes obesos menos graves, os dadores regulares de sangue e estudantes de Medicina e Enfermagem.
"Tínhamos algumas vacinas disponíveis, dado que só se utilizou uma dose nos adultos que foram vacinados até agora, pelo que, dentro do que era possível e do que estava programado, antecipámos o alargamento às crianças até aos 12 anos", explicou Ana Jorge. Mas garantiu que esta decisão nada teve a ver com excedente de vacinas, adiantando que "Portugal fez uma reserva e uma compra de seis milhões de vacinas para três milhões" de pessoas, quando se pensava que eram necessárias duas doses, indicação entretanto alterada pelas autoridades internacionais. "Aquilo que se sabe hoje é que o vírus vai ficar em circulação e vai ser o vírus da próxima gripe. Há toda a vantagem de, progressivamente, as pessoas se poderem vacinar", disse ainda a ministra.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) está a coordenar a distribuição gratuita de vacinas contra a gripe A a 95 países considerados vulneráveis à doença e sem meios para a combater. Diversos governos, fundações e fabricantes deram já o seu contributo cedendo fármacos, seringas e caixas para conservação, bem como verbas para a campanha de imunização.
Para já, estão seleccionados 35 países em que a campanha será imediata, estando os meios a ser distribuídos localmente.
A OMS estima em cerca de 200 milhões as unidades de vacinas necessárias ao grupo de países mais pobres. Até agora, eles pediram 178 milhões. Para acederem a estas doações, eles precisam de entregar uma planificação nacional sobre a acção no terreno e subscreverem o compromisso de o executar. Os profissionais de saúde entram na primeira linha de prioridade para a vacinação.