Laborinho Lúcio, ex-ministro da Justiça que integra a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja Católica, disse, esta manhã, que o grupo de trabalho "se limitou a fazer uma sugestão" à Assembleia da República para que quem é vítima menor de idade possa apresentar queixa até perfazer 30 anos. Atualmente a idade limite é 23 anos.
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"Quem é vítima de crime sexual, sendo menor de idade, pode apresentar queixa até perfazer 23 anos. Tendo em conta a idade das vítimas (de abusos sexuais na igreja) e aquilo que nos ensinaram sobre a dificuldade em verbalizar, consideramos que esta idade deve ser aumentada para os 30 anos", revelou Laborinho Lúcio, acrescentando que Espanha pretende que "suba até aos 35 anos" e "há quem pense ir mais longe".
Laborinho Lúcio avançou ainda que "sugerimos os 30 anos, mas não estamos comprometidos com esta idade". "Sugerimos apenas que a Assembleia da República pondere seriamente o aumento desta idade". Ana Nunes de Almeida, socióloga e também membro da Comissão, lembrou que a "esmagadora maioria dos casos caem na prescrição".