Comunidade Israelita de Lisboa diz que reconhecimento devia aguardar "melhor oportunidade"
A direção da Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) considerou, este domingo, que o reconhecimento do Estado palestiniano por parte de Portugal deveria ter aguardado por "melhor oportunidade".
Corpo do artigo
Em comunicado, a direção da CIL defende que este reconhecimento deveria ocorrer "no desejável quadro de um processo institucional de construção de uma paz efetiva e duradoura, assente em garantias firmes e plenas de cessação definitiva da violência extremista e do terrorismo organizado".
"O reconhecimento do Estado da Palestina por parte do Estado Português - é importante explicitar - sucede num momento em que os reféns cativos desde o 7 de outubro não foram ainda libertados pelos terroristas e que esses mesmos terroristas continuam ativos e armados, oprimindo e vitimando inocentes, incluindo do seu próprio povo", salienta a CIL.
Além disso, o Hamas "não só continua a defender convictamente a extinção do Estado de Israel, como aspira governar esse mesmo Estado da Palestina que Portugal acaba de reconhecer".
A CIL defende assim que a decisão deveria aguardar por melhor oportunidade, acrescentando que este "ato de reconhecimento deve, além dos pressupostos acima referidos, caminhar a par com a defesa da dignidade, segurança e respeito pelas comunidades judaicas em Portugal, na Europa e no mundo".
Portugal, Reino Unido, Canadá e Austrália reconheceram hoje formalmente o Estado da Palestina, num contexto de crescente pressão diplomática para avançar com uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano, marcado por décadas de impasse nas negociações de paz.
Israel rejeitou o reconhecimento e argumentou que é uma "enorme recompensa ao terrorismo". Em palavras dirigidas aos líderes ocidentais, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, avisou que não haverá um Estado palestiniano.
Já o movimento islamita Hamas afirmou que o reconhecimento representa "uma vitória" para os direitos dos palestinianos.
A França também reconhecerá o Estado palestiniano durante a conferência sobre a solução dos dois Estados, no âmbito da semana de alto nível da 80.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Quase 150 países reconhecem o Estado palestiniano em todo o mundo.